47 | Hangover

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ROSE EVANS

Sento-me na cadeira, na esplanada do meu antigo emprego, e cumprimento a minha melhor amiga enquanto Malia, a minha irmã mais nova, se senta ao nosso lado e pega no menu.

"Porque demoraste assim tanto tempo?" Hazel questiona.

"Eu pensava que ela, hoje, tinha escolha mas depois lembrei-me que era sábado." Deslizo os óculos de sol para o rosto, tentando que eles defendem os meus olhos dos raios solares que parecem querer cegar-me e dar uma dor de cabeça ainda maior. "Ela foi para casa duma amiga e então fui busca-la lá."

"Mmhm."

"Como vai a ressaca?"

"Péssima," Hazel resmunga. "eu só quero voltar para a cama."

"São quatro da tarde."

"Rosie, não sei se te lembras, mas só acabámos de limpar a casa às nove da manhã."

"Bom, ao menos ninguém te acordou uma hora depois." Cruzo os braços ao peito.

"Quem é que te fez isso."

Fico em silêncio quando o empregado vem à nossa mesa para poder recolher os nossos pedidos – duas limonadas e croissants mistos com um café forte e uma sandes de queijo.

"Então?"

"O Liam foi lá a casa."

"O Liam?!" Malia exclama, chamando a atenção de algumas pessoas, lanço-lhe um olhar reprovador. "Desculpa."

"Ele só esteve aqui por pouco tempo." Viro-me para Hazel. "Ele veio pedir desculpas pelo que fez."

Um grupo de raparigas, que estão numa mesa à nossa frente, desde que cheguei, não tirem a visão da minha mesa nem por um segundo e percebo que estão atentas às nossas conversas.

"O que é que ele te disse?"

"Que estava arrependido." Encolho os ombros. "E que não estava com ciúmes mas sim com medo de perder-me. Devias ter visto o ar de aflição dele."

"Vocês estavam chateados, mana?" Malia questiona.

"Mais ou menos, querida."

"Resolveram as coisas?" Pergunta Hazel.

"Sim."

O empregado traz os nossos pedidos e nós deixamos o assunto morrer por ali para começarmos a comer, mas enquanto como, não posso deixar de me sentir observada pelo mesmo grupo de raparigas da mesa à minha frente.

"Isto está a ficar um pouco ridículo." Suspiro, chateada.

"O quê?"

"Eu não consigo comer normalmente com aquelas raparigas sempre a olharem para aqui. Deixam-me desconfortável."

Malia e Hazel olham, as duas ao mesmo tempo, para as raparigas e, sem mais nem menos, a minha melhor amiga ergue-se do seu lugar e caminha em direção à mesa delas. Eu tentei impedi-la, chamando o seu nome, mas ela ignora e senta-se numa das cadeiras desocupadas na mesa das raparigas.

Escondo o meu rosto entre as mãos, demasiado envergonhada pela cena que Hazel está a fazer e, no meio da conversa delas, eu consigo ouvir o meu nome e do Liam.

Minutos mais tarde, Hazel volta a sentar-se no seu lugar.

"Elas queriam saber se o Liam estava cá e se vocês tinham alguma coisa." Ela começa por dizer. "Disse-lhes que não estava nem no meu dever, nem no vosso, de partilhar tais informações e pedi para que parassem de olhar para aqui." Hazel faz uma careta. "Uma delas estava a ser rude comigo."

Depois do nosso lanche, decidimos fazer algumas compras num centro comercial mas não estivemos lá muito tempo porque Hazel e eu ainda estávamos cheias de dores de cabeça e maldispostas.

"A que horas chegaste a casa?" Questiona Doris, a minha mãe, quando entro em casa e sento-me ao seu lado com um ar cansado.

"Vocês já tinham saído de casa para ir trabalhar."

"Correu bem?"

"Podia ter corrido melhor."

"O Liam esteve aqui." O meu pai intervém na conversa, aparecendo na sala.

"Eu sei, estive a falar com ele."

"Não filha," Ele balança a cabeça em negação. "ele esteve aqui antes de cá chegares. Eram o quê," Olha para a esposa. "cinco da manhã? Ele parecia desesperado e ainda ficou um pouco à tua espera aqui mas depois foi-se embora."

Os meus olhos arregalam-se com a sua afirmação, porque é que ele não me disse que estava cá desde as cinco da manhã?! "Porque não lhe disseste onde eu estava?"

"Porque estava a gostar de vê-lo desesperado." Ele sorri como o que ele disse fosse algo de bom.

"Tu não prestas mesmo." Levanto-me do sofá. "Vou para o meu quarto."

"Ao menos vocês resolveram as coisas?" Ele questiona antes que tenha a oportunidade de ir para o meu quarto.

"Sim."

"O que aconteceu entre vocês para estarem chateados?"

"Coisas de casais, mãe." Encolho os ombros. "Os ciúmes habituais de todos os rapazes."

No andar de cima, espreito pela porta do quarto de Malia para ver o que ela está a fazer e encontro-a a arrumar as roupas que lhe comprei quando fomos ao centro comercial.

Entro no meu quarto e fecho a porta às chaves para que ninguém me interrompa. Atiro-me para cima da cama, depois de trocar de roupa, e meto o computador em cima das minhas pernas para ir ver as minhas redes sociais.

Reblogo algumas fotografias no Tumblr; vejo alguns Vines, alguns deles dos One Direction nos concertos; socializo com alguns amigos no Facebook, um dos assuntos mais falados, foi sobre a festa de aniversário da Hazel e depois entro no Twitter onde tenho várias notificações relacionadas comigo e com o Liam por termos publicado um tweet ao mesmo tempo e ao que parece há fotografias do Liam a entrar e a sair da minha casa esta manhã.

Supostos rumores rolam pelas redes sociais mas eu simplesmente decido ignorar.

"@rosievans: People are quick to judge without even knowing your full name."

"@rosievans: I don't hate you or anything but if you were on fire and I had a glass of water, I'd drink it."

"@rosievans: You're wishpering and looking at me. I know you're talking about me."

"@rosievans: I'm a bitch to those who deserve it."

"@rosievans: I think it's attractive when guys show their real emotions instead of pretending they don't care about anything."

The Contract » liam payneOnde histórias criam vida. Descubra agora