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Um dia você tá bem, acha que não é nada, no momento seguinte a vida já é um nada, você é um nada. A angústia toma conta, o batimento acelerado retarda qualquer ruído externo, e como se o seu próprio cérebro te agredisse e bombardeasse apenas com pensamentos, a pressão e tanta que a cabeça pesa, arde, lateja, como se afundasse no travesseiro e cada vez mais o ar faltava, e seus pulmões atrofiavam, e não tinha ninguém, uma alma viva que pudesse te socorrer, a sensação só aumenta, juntamente com um calor infernal q percorre todo o seu corpo. Até que você olha envolta e percebe que é só o seu quarto, só o seu travesseiro, que você pode levantar a qualquer momento, mas eu não mereço misericórdia, se eu to nessa situação e por que eu criei isso, eu era feita de pedra, imóvel, pesada, cinza, quem quer uma pedra na vida?
Enquanto meu cérebro desoxigenava o único pensamento que vinha a minha cabeça era: " tá tudo bem" eu sei que está uma hora tudo isso vai acabar msm.
Nunca entendi o porque das pessoas não poderem se matar, de ser tão errado, a vida é dela, ela faz o q ela bem entende com o seu próprio corpo, não é isso que todos tanto pregam? Mas eles têm medo da palavra "morte" o desconhecido e demais para qualquer um entender, então todos o temem, eu nunca tive esse medo, porque sempre soube que uma hora ou outra iria chagar e às vezes era melhor passar para o desconhecido do que ficar na miséria, quando falava isso todos ficavam perplexos, não entendiam, falavam que eu estava errada, para eu não falar mais isso, o q cada vez me dava mais certeza de que eles a temiam demais, o que fez eu cada vez mais sentir que não tinha problema nenhum.
A linha entre a vida é a morte é tênue em um segundo você está lá e em outro não está mais, como tudo na vida. Eu não faço a mínima ideia do que esperar do outro lado, mas também não tenho medo disso, sempre gostei do desconhecido, do novo, do que os outros não queriam, sempre a última, a esquisita, a excluída, mas eu não era excluída, eu me excluía, pois sabia que ninguém ali era obrigado a me aguentar, e que não me encaixava ali, e também nunca me importei com isso, adorava ficar sozinha, ouvindo música, fazendo arte, meu quarto sempre foi meu refúgio, pessoas como eu precisam de um, pessoas que não se dão bem com pessoas, pessoas que não pertencem à esse contexto, pessoas que vieram para a terra como um engano, ou que pelo menos se sentiam assim.
Sinto muito se algum dia te magoei por me afastar, por estar sempre na defensiva, por não estar apta a conviver com humanos, mas eu não consigo. Alguns dizem que podemos tudo, até o que dizemos que não conseguimos, mas tudo é uma questão de vontade, e vontade sempre esteve me falta no meu ser, essa vontade, essa garra para viver que observava nas outras pessoas, eu simplesmente não tinha, sempre fui a observadora, não a lutadora, não a vencedora, não tenho muitos troféus por isso, mas o q e um troféu? Um pedaço de ouro decorativo, pra que eu quero isso?
A final qual o sentido da vida? Se nem os maiores filósofos do mundo descobriram não serei eu que...
27 de outubro de 2018

Desabafos  Para O VentoOnde histórias criam vida. Descubra agora