A culpa não é minha

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Por um motivo, não importa qual, eu tive que passar por lá, não era habitual, mas foi necessário, e naquele dia, naquele dia miserável, ele estava lá, sedento, seus olhos ardiam de desejo, obseçao, já os meus brilhavam de medo. Ele me secava com o olhar, penetrava a minha carne apenas com seu olhos, assim observei ele se aproximar, meu coração acelerado, minhas mãos suavam como jamais haviam, minhas pernas pareciam troncos, estacas, incapazes de correr, se afastar, ou me defender, assim que ele encostou aquela mão nojenta, enorme tocou minha regata meus órgãos se estremeceram, um arrepio subiu pela minha espinha incontrolável, tentei gritar, mas desaprendi, o nervosismo era tanto que só a retomei quando já era tarde.
Mas a culpa foi minha, eu que estava no lugar errado, na hora errada, com a roupa errada, mas pelo abuso, a repulsa e o trauma ninguém é responsabilizado, mas era só mais um tarado, o que de mais?
26 de setembro de 2018

Desabafos  Para O VentoOnde histórias criam vida. Descubra agora