Capítulo 7

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De volta à sala amarela, Ani desabou no sofá.

Estava sem energia nenhuma, totalmente esgotada.

O peito oprimido pela decepção e medo.

Alheia a tudo o que se passava ao redor, não percebeu a cor fugir do rosto do rei quando Thalion revelou o nome do seu avô. Nem a fúria que tomou a voz do guerreiro enquanto contava a sua história com Ian.

E quando Ereinion a chamou, ela disse que não tinha condições de absorver mais nada e implorou para que adiassem a reunião para a próxima noite.

O rei solidariamente concordou.

Caminhavam pelos corredores quando Daena surpreendeu a todos falando:

- Ani, estamos indo ao lago, mas você pode ficar no quarto se preferir.

Ela pensou antes de responder:

- Eu agradeço, mas gostaria de acompanhá-los.

Não queria ficar sozinha com sua mente. Quebraria em mil pedaços.

O que precisava era esquecer um pouco tudo aquilo, dar um tempo para seu emocional se estruturar e sabia exatamente como fazer isso.

O vinho élfico era forte, encorpado e muito doce.

Ani teve dificuldade para beber a primeira taça, mas a terceira desceu ainda mais fácil que a segunda.

Seu corpo estava leve e quente, então foi a primeira a atirar a túnica no chão depois que o rei mergulhou no lago.

A água estava fria, o que ajudou sua cabeça a desanuviar um pouco.

Daena e Faramir riam alto ao seu lado.

- O que aconteceu com aquela história de privacidade? - Faramir provocou.

Ela mostrou a língua para ele.

Procurou por Prateado e o encontrou atrás dela com o semblante fechado de sempre.

- Vem Prateado! Vamos dançar! - Chamou indo em direção ao grupo de fêmeas que dançavam no ritmo animado da música.

Ani riu, dançou e caiu. Esparramou-se no chão pelo menos umas três vezes, mas não desistia: rolava para o lado, levantava e começava a dançar novamente.

Ao tropeçar nos próprios pés e tombar dois elfos de uma única vez, pediu desculpas envergonhada e correu para o lago.

Animada, entrou na água cantarolando:

- Continue a nadar, continue a nadar, nadar, nadar...

Em um determinado momento, percebeu que não dava mais pé e teve uma crise de riso. Acabou bebendo água e engasgando no processo.

Então, sentiu as mãos de Prateado em sua cintura.

Virando-a para ele, o guerreiro a enlaçou com os braços fortes.

Ani passou os dela ao redor do pescoço másculo, ficando pela primeira vez no mesmo nível daqueles olhos prata.

"E que olhos!"

- Eu sei nadar, sabia?

- Você está bêbada.

- Muito. - Concordou rindo - Você vai me manter segura aqui?

- Não é pra isso que eu vivo ultimamente?

Ani o rodeou com as pernas, deliciando-se quando ele segurou em suas nádegas e a posicionou na altura da barriga, provavelmente para evitar o contato de seus órgãos sexuais.

SÉRIE NOTURNA - LIVRO 1: A FILHA DA ESCURIDÃO (DEGUSTAÇÃO)Onde histórias criam vida. Descubra agora