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Num universo distante, em outro planeta, aquela parte que falta em mim grita um grito de dor.

Eu odeio o pleonasmo da dor, sabia?

Porque é tão óbvio que você esquece o sentido de senti-la.

Eu ando de mãos dadas com alguém que mal conheço.

d.

[...]

Revisava mais uma vez a partitura, mas o bilhete repousava no meio da bagunça de forma tão gritante que meus olhos doíam e se enchiam de lágrimas. Será que era tolo enfrentar a rosa dos ventos por causa de uma pessoa/situação hipotética?

Quis chorar um inferno inteiro na busca de um pedacinho do paraíso. Chorar por precisar daquela linha que me liga a razão verdadeira do dever, o medo de abraçar brotos desconfiados nascendo no meio do deserto. E parecia tão absurdo, porque ninguém deve satisfação por seu padrões de existência num mundo tão vasto, e, ainda assim, fútil. A vontade se intensificava à medida em que lembrava do discurso de Wonpil e seu dilema de contar a verdade por trás da composição. Estou com raiva.

Jogo alguns papéis no chão por conta da frustração e tento não pensar no nome de Dowoon e seja lá o que seu pedaço de céu queira dizer, porque é muito mais fácil pesar que ele não tem nada a ver com isso, muito menos arrastar Jae e Sungjin junto comigo. Acima de qualquer coisa, são meus amigos. Acho que estou fadado a isso.

E tudo dói, E eu não consigo pensar, acho que não quero pensar. O resultado da mente divagando não provem de cálculos simples. Não mais, não pra mim, Kang Younghyun; um novo eu que floresceu tarde de uma noite de verão.

Não faz mais sentido. E nunca deveria ter feito.

H.U.R.T. 𖦹 day6Onde histórias criam vida. Descubra agora