Quantas manhãs contemplou
A velha árvore na campina?
Quantas vezes enxugou
Suas lágrimas de neblina?
.
Por que cobriu a raiz
Com pedras e poeira?
Desistiu de ser feliz
Na estação inverneira?
.
Seu tronco tão fino
Resistente ao vento
Não a livra do destino:
Envelhecer com o tempo.
.
Sua copa sem folha
Não diz que está morta.
Não foi sua escolha
Crescer toda torta.
.
O Criador a plantou.
Fez dela instrumento.
Sua mão lhe tocou
Com a Glória do sofrimento.
(Leandro Salum)
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A Casa do Poeta
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