As linhas da vida
As curvas do tempo
Os olhos gigantes
Os dentes fervendo
O medo e o desgosto
O gosto e o bondoso coração
Que não veio
Esse não veio não
As lágrimas fáceis
As mãos tão gentis
Os lábios e o disfarce
De um corpo infeliz
Que veio
Esse veio
Com receio
Mas veio
A luz que apaga
A água que corre
O trovão que dispara
E o medo da morte
O dom que carregas de iluminar
O dom que conservas de alimentar
O vento que sopra
e tu insistes em cantar
Cantar para o tempo
E para o tempo parar
Cantar para o vento
e ele enfim se acalmar.