A consequência da curiosidade

70 7 0
                                    


Escrita por: Ravenxz e Guerrier
Chapter VI  – A consequência da curiosidade

E eu não vou ficar aqui e esperar
Não vou deixar até que seja tarde demais
Em uma plataforma, ficarei de pé e direi
Que eu não sou nada sozinho
"E eu amo você, por favor venha para casa"
Coldplay – Message

A espera por notícias já a estava a deixando em um estado nervoso, beirando ao um colapso. Eu não posso ficar aqui sem tomar nenhuma atitude, pode ser tarde demais. São tempos difíceis, concluiu. Contudo, seu único motivo por não ter largado tudo e ido atrás de Jiraya tinha nome e sobrenome: Haruno Sakura. Deixá-la sozinha e desamparada na situação em que encontrava-se com seus poderes recém descobertos e incontroláveis.
Kurenai observaria cada passo da sua pupila, até que a mesma desse um passo em falso. Um deslize e sua execução seria certa: morte por fragmentação. A crueldade em que se era submetido nos últimos momentos de vida, uma certa vez havia participado de uma execução desse nível. A energia da magia pura era retirada fio a fio, queimando de dentro para fora. Carbonizando lentamente o corpo e correndo a alma. Em contrapartida a todos os seus sentimentos maternais que sentia, a angústia em que sentia era gritante demais para ignorar e não ir atrás de seu marido. A dor da perda pesava sob seus ombros e não aumentaria mais, não suportaria perder mais um de seus amores. Uma parte de si que jamais imaginou que pudesse seguir em frente, levantar e prosseguir com sua vida, mas ele estava lá sendo seu alicerce, seu forte.
As lágrimas deslizavam dos seus olhos, o líquido  quente queimando seus rosto em uma tentativa de aliviar o  seu pesar.  Virou-se para o lado esquerdo da cama, contornando suas pernas no travesseiro em que ele dormia. Tocou seu anel com o brasão desenhado de Sleipnir, o símbolo do clã quase extinto de Jiraya, o corcel negro de oito patas veloz, e ressonou baixinho uma súplica. Um corpo preencheu o lado oposto e agarrou o corpo encolhido e quente, inspirou o cheiro que emanava daqueles fios loiros, o cheiro de lar, o seu lar. Não importava onde estivesse, ela sempre seria o seu pensamento principal que o conduziria a voltar para casa, porque lar é onde ela estaria.
Tsunade notou a presença que se instaurou e o agarre que a domou e acalentou as suas aflições, aquele toque inconfundível.
– Odin ouviu suas preces, querida. – quebrou o silêncio, jogando suas palavras lentamente ao seu ouvido. Tendo como resposta aquele pequeno corpo aninhado no seu  peito. Sua pele... Oh, sim, sua pele e ossos transformaram-se em algo bonito naquele momento que por mais simples que fosse aos olhos de terceiros, mas que guardava para si qualquer feição de amor direcionado pra si daquela mulher.  – Você sabe que eu te amo tanto? – aquela pergunta retórica que ela conhecia tão bem.

– Seu grande, idiota. Por que demorou tanto? Se você não voltasse eu mesma ia atrás de você pra te socar e aprender a não deixar a sua esposa sem notícias. – contemplou aquele rosto bonito, com pequenas marcas que o tempo o presenteou, os traços fortes e os charmosos fios prateados que delineavam a sua beleza. – Ok, eu sei que você não pode mandar recados em missões de níveis secretos, mas eu me recuso a aceitar ficar sem saber o seu estado e paradeiro.

E mais uma vez como em tantas outras, ele a calou com o seu amor, deliciando-se com aquele gosto que somente seus lábios possuíam. Dessa vez Tsunade não reclinou, deu passagem para que ele entrasse e se afogou naquele compilado de emoções.

...

Kurenai observava-nos acima da arena, em uma exótica expressa de frustração. Sasuke sibilou ao meu lado, abrindo passagem entre a multidão. Eu queria rir, gargalhar, demonstrar publicamente toda a minha satisfação em não só em encarar uma vitória com ele, mas sentir uma energia eletrizante por todo o meu corpo, vibrando até a ponta dos meus dedos. Se essa não era a melhor sensação da minha vida, eu não sabia alguma outra igual a ela.
Ao descer do palco sob ovacionadas, os olhos vermelhos da Meister cercou-me, em um gesto silencioso, chamou-me com urgência e impaciência. Eu movi meu corpo, porém antes que eu pudesse realizar um movimento, uma mão agarrou a altura de meus ombros, içando o meu rosto até a sua direção.
– Cara,você é demais. Conseguiu derrotar o instransponível Uchiha Sasuke. Apesar de não ser veterana, uma caloura,nossa... – seu monólogo encheu meus ouvidos de insatisfação. Eu alternava meu olhar à mão casualmente em meu corpo e seus olhos castanhos atrevidos, a boca que mexia sem cansar. Deus,me dê paciência.
– Hum,certo.Agora preciso ir – Me despedi imprudentemente,retirando seus dedos do meu ombro, sem conter em esperar que me dissesse uma resposta adequada. Arranquei meus passos dali, e roguei que Ino já estivesse lá fora e não me aguardando, não queria mais inquirições de sua parte por causa de Kurenai.
Ela não tinha um sorriso plástico no rosto, apenas um olhar apático e tranquilo demais para meu gosto. Uma garota esbarrou-lhe, tecendo dúvidas à Kurenai, tinha longos cabelos negros e um símbolo de prata da casa de Thorn gravado em sua roupa. Tsunade havia dito-me antes que apenas veteranos que faziam missões, ou um estágio apropriado, poderia utilizá-lo. Era como um brasão de um cidadão mago de Chronos, um símbolo de orgulho e poder.
Dei-me conta da aproximação de Kurenai tarde demais, quando seu hálito alcançou a região do meu pescoço:
– Apesar de pertencer a uma casa, minha desconfiança em você ainda não diminuiu, como sua Meister terei um acesso ainda maior em vigiá-la, cada passo que pôr dentro desse Instituto. – ciciou, como um sibilo de uma cobra. Logo, sua presença desvaneceu sem que eu percebesse.

Awake: O despertar do caosOnde histórias criam vida. Descubra agora