Prólogo - Menino Prodígio

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O céu escuro se esvaía lentamente, e, aos poucos os raios dourados tomavam conta do espaço antes estrelado. O vento estava calmo, movia as folhas e flores da floresta sem pressa. Havia animais que dormiam, mas também tinha os que vagavam noturnamente.
Tudo estava em perfeita calmaria;
Exatamente, estava, mas agora, os soldados do clã Uchiha marchavam, em um grupo de mais de cem homens.

O som ritmado dos passos ecoava pela floresta, juntamente ao galhos e folhas secas que se quebravam, causando um soar "crocante" e meio amedrontador.

À frente daquele exército estava Madara e Itachi. O homem de olhar frio estava nos auge dos vinte e três anos, e, o menino de olhar sereno estava nos auge de seus seis anos.
Itachi era o orgulho da família Uchiha, sem dúvida alguma, afinal, o menino era um prodígio.
Desde os três anos ele já era um líder nato: Sendo bom de lábia, estrategista, bom com espadas e sendo um ótimo dominador do Fogo e Relâmpago, que eram os elementos de seu clã. Mas não dominava só esses dois elementos, Itachi também começou a dominar aos cinco anos a água. Ele treinava agora os elementos terra e vento. Os dois elementos mais complicados, pois exigem um precisão e o outro calma, respectivamente.
Itachi parou, e ao mesmo tempo, todo o exército, e claro, seu tio. O menino virou sua cabeça ao leste, a esquerda do grupo. Madara o encarou e esperou que o mesmo desse as instruções.

"Duas pessoas, a trinta metros, reto." falou e logo começaram a seguir na direção indicada.

Sim, Itachi também era bom em rastreamento. Ele conseguia sentir a energia que pessoas possuíam desde muito pequeno. Seu tio Madara havia descoberto isso quando tentara assustar o menino quando este tinha um ano.
E sinceramente, as energias daquelas pessoas estavam bem fracas, pareciam a beira da morte.
Aquele pensamento fez Itachi apertar o passo, ele estava quase correndo, e, as pessoas que o acompanhavam também.
Seu tio deveria achar que eram intrusos, ladrões, coisas do tipo. Mas não, Itachi sabia que não eram pessoas más, ele sabia!

"Aqui!" ele disse, alto o suficiente para quase a floresta toda escutar. Logo, as pequenas mãozinhas envolveram um corpo pequeno e frágil.

Um bebê de pele escura. Uma menininha.
Os olhos ônix fitaram o corpo maior no chão, fraco e quase desacordado, era uma mulher, também negra, de cabelos cinzentos como os do bebê.
Ela tinha os olhos semicerrados, mas Itachi pôde ver claramente que eles tinham a tonalidade de um azul escuro, que lembravam o céu noturno.

Madara grunhiu, parecia irritado, mas ao mesmo tempo preocupado e aliviado.
"Eu achei que eram intrusos." falou, enquanto se abaixava para pegar a mulher em seus braços, sentido "Ela está muito fraca. Vamos levá-la conosco" ditou, começando a andar.

"Mas senhor, o que fará com elas?" um dos soldados perguntou, chamando a atenção para sí.
Ele estremeceu ao sentir o olhar gelado de seu capitão. E achou melhor ficar quieto.

(...)

"Como a senhora se sente?" A voz do Uchiha menor se fez presente na enfermaria, onde se encontrava a curandeira em sua mesa, fazendo um relatório, e, entre as diversas macas, estavam as duas pessoas que haviam sido encontradas. Itachi entrava com uma bandeja em mãos, claro que, as senhorias que eram pagas para isso tentaram impedi-lo de levar o "peso", mas o garoto fez questão de levar ele mesmo o alimento; Ah, Uchihas, tão teimosos.. "Aqui, é pra senhora ficar bem forte!" Falou calmo e alegre, feliz em ver a mulher se recuperando. O sorriso doce que recebeu fez o coração de Itachi se alegrar ainda mais. Ele gostava de cuidar das pessoas, afinal.

"Obrigada, meu anjo..." ela sorriu, e depois tossiu um pouco, ainda estava meio fraca. O rapaz botou a bandeija na ponta da cama e foi até a mulher, ajudando-a à se sentar. Itachi sorria largo, adorava quando não era dirigido a sí um 'senhor' ou 'uchiha'. Não que não tivesse orgulho do clã ou algo do tipo, só achava formal demais, parecia que ele era velho! e isso o incomodava um pouco. "Obrigada, novamente" ela riu brevemente.

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