bijuu?

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Itachi

Era cedo.

Cedo o bastante para a noite ainda cobrir parte do céu, misturando-se entre os raios de sol que insistiam em brigar por espaço com as estrelas. Os animais noturnos começavam a retomar à suas moradias, preparando-se para um longo descanso.

Eu me encontrava sentado, ainda dentro da carruagem, escrevendo em um pergaminho. Era uma carta para Shinju, Shisui Sasuke e Tsukiko, acho que a essa altura ela já acordou de seu coma. Sorri brevemente, enquanto lia pequenos trechos.

'Breve estarei aí, e irei abraçar todos vocês, um por um, beem firme!'

'E Shisui, cuide dos meus pequenos, ok? PS: Shinju está inclusa, já que ela esqueceu de crescer'

Ri do que escrevi e continuei o texto até o pergaminho não sobrar mais nenhum espaço e deixei minha 'marca' final. Minha assinatura e um pequeno corvo desenhado. Enrolei o pergaminho e soltei um suspiro bobo, pegando a fita que prendia meu cabelo para dar um pequeno nó no papel, prendendo-o para que fosse mais fácil de se transportar.

Desviei meu olhar de minhas mãos e vaguei os olhos pela carruagem. Todos dormiam sentados; Meu pai tinha os braços cruzados e a cabeça baixa; Tio Madara estava ao lado dele, apoiando a cabeça em seu ombro; Tio Kagami estava com a cabeça apoiada em ombro. Ri baixinho por ele estar roncando, era o desconforto que fazia isso com ele. Segurei o pergaminho e levei a mão até o rosto de meu tio, guiando-o até que sua cabeça encostasse em meu colo. Cheguei mais para o lado e deixei que ele deitasse mais e, inconscientemente ele dobrou as pernas em cima do banco acolchoado. Levei minha mão livre até os cabelos dele e deslizei os dedos ali, começando um cafuné.

Após alguns segundos, Kaa-san já não roncava mais. Sorri vitorioso e me deixei fechar os olhos por uns instantes, para descansar a vista..

(...)

"Oe, Ita-chan" Ouvi uma voz me chamando. Resmunguei e levei o dedo indicador aos lábios, pedindo silêncio, mesmo sem abrir os olhos. A pessoa suspirou e logo após pude sentir uma respiração quente em minha orelha. "OEE! BAKAITA-CHAN! ACORDAA! JAÁ CHEGAMOS!" Gritou. Com um impulso eu me levantei assutado e bati a cabeça no teto da carruagem. Senti uma forte dor e me curvei um pouco para poder ficar de pé ali. Abri os olhos, encontrando Kaa-san rindo. Ele se encontrava sentado com as mãos nos lábios, tentando inutilmente abafar uma risada. Bufei e cocei os olhos - que ainda estavam meio embaçados -, com os punhos e me apresso em sair da carruagem. Com uma cara emburrada.

"Kagami, o que você fez com o garoto?" Meu tio, Madara-sama encarou o outro seriamente. Esfreguei as mãos e só então percebi que o pergaminho não estava comigo. Olhei para meus tios, com os dentes trincados em uma feição irritada. Madara riu, indo até a carruagem e mexendo no baú dele. "Eu guardei sua cartinha, garoto. Poderia amassar ou até mesmo molhar por causa da sua baba e a do lerdo do seu tio ali." Disse despreocupado e frio, somente elevando a voz para dar um tom debochado. Ele entregou-me o pergaminho e eu sorri, agradecido. Kagami bufou, se aproximando do outro e entrando na minha frente, ficando cara a cara com ele.

"Qual a sua, hein?" Colocou um dedo acusador no peito do mais alto, olhando-o feio. "Tá querendo me irritar? 'Cê 'ta, não é?" cutucou o peitoral dele. "Primeiro tá de olho na minha amiga e agora tá querendo me esculachar na frente do meu sobrinho?" Estreitou os olhos. O a mais alto encarava-o impassível. "Você quer brigar? É isso?!" Irritou-se pelo sorriso debochado que o outro lhe dera e o puxou pelo colarinho, fazendo com que o mesmo se abaixasse um pouco e o olhasse de perto. "Eu vou acabar com voc-"

"O QUE ESTÁ ACONTECENDO AQUI?" A voz feminina chegava a arrepiar. Ela estava brava, Muito brava. Em passos largos ela vinha ao lado do marido e ao lado de Fugaku. Kushina parou ao lado dos dois e os puxou pela orelha, fazendo Kagami soltar o outro e os dois se curvarem em sua altura. "Parem com a palhaçada, ou eu acabo com os dois. Entendido!?" Ela perguntou seriamente. Eles assentiram rapidamente e a Uzumaki os soltou. Suspirei e então Kushi-san me encarou, me percebendo finalmente. "Então você vai se casar com minha sobrinha.." Estreitou os olhos, me examinando. Eu lhe dei um sorriso forçado, o que não deve ter passado despercebido pela mesma. "Fugaku, você sabe que Karin não tem a Bijuu dos escolhidos, não sabe?" Ela se voltou para meu pai, com um olhar aflito. "Ele tem que se casar com quem possui uma Bijuu, não só por ficarem mais fortes juntos, mas também, porque um humano normal não consegue aguentar e muito menos gerar um filho do escolhido." A Uzumaki suspirou. "Você sabe que eu não concordo com isso.."

Segunda LuaOnde histórias criam vida. Descubra agora