Sapphires

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Sana POV

Estávamos agora no carro. Como sempre, Tzuyu estava com o diário aberto, a escrever cada acontecimento de cada dia:

- Não ficas enjoada de escrever no carro amor?

- Eu gosto de escrever no carro, então acho que qualquer enjoo que podia eventualmente ter, é negado pelo meu amor pela escrita- ela diz e liga o rádio -  Não te importas certo?

- Não não,  estás à vontade

A música "Hann" das (G) I-dle,  começa a ecoar pelo carro:

- Acho esta música muito interessante, - ela comentou e deu um sorriso de lado que eu amo

E assim, ela voltou a sua concentração para o diário. Ela devia estar com alguma dificuldade a escrever, já que dobrou o seu sobrolho, o que para mim (tenho de confessar), era algo adorável.

Para muitos, Tzuyu era apenas uma mulher bem constituída, timida, muito intelectual e antipática. Mas ela não é assim. Ela nasceu com o dom de ler muito mais que livros, mas sim pessoas. Nenhum detalhe escapava-lhe. Ela tinha o seu mundo e sempre foi excluída por isso. Acho errado excluir alguém que é diferente, isso irrita-me.

Tzuyu e eu conhecemo-nos quando estávamos a dar sangue. Eu estava sentada à espera da minha vez e reparei o seu olhar intenso sobre mim. Como naquela altura eu gostava de.. "ficar com todas", resolvi falar com ela. Mas ela intrigou-me desde o começo. Ela não se afastou nem se atirou para cima de mim quando a cumprimentei, ela simplesmente disse-me:

Tu és diferente

Fiquei super confusa, mas resolvi investigar mais um pouco a sua personalidade. A partir daquele dia fiquei interessada por ela.. Ela cativava-me de maneiras que mais nenhuma mulher conseguia. Então começamos a encontrarmo-nos mais vezes. Maior parte dos encontros era eu a falar, ela a escrever e a olhar para mim fascinada. Era bom ver que alguém ficava tão encantada a olhar para mim, não só devido ao meu corpo, mas sim devido à minha personalidade e quem eu realmente sou.

Ao longo do tempo reparei que ela já não escrevia tanto, mas sim falava sobre ela mesma comigo. Era como se ela tivesse saído do seu mundo para descobrir o meu.

Até que houve um dia que ela já não parecia ter o seu mundo. Ela já fazia parte do meu. Eu ajudei-a ao longo do tempo a conviver com mais pessoas e a não ser tão timida. Não é como se eu não gostasse dela, é só porque eu queria que ela pudesse ter mais amigas e pudesse ser mais independente.

E eu sucedi. Tzuyu é uma mulher poderosa e independente, mas ela tira a mascara quando está comigo. Ela simplesmente entra no nosso mundo e fica lá.

Até foi ela que me propos em namoro. Fiquei tão feliz que no mesmo dia perdemos a virgindade uma com a outra. Eu sei que sempre "pegava" as raparigas, mas eu nunca me envolvi sexualmente com elas. Tzuyu foi a minha primeira e segunda e terceira e a décima.

Mas claro que tinha de ser eu a propor em casamento! Ela fez uma festa desgraçada! Começou a saltar de um lado para o outro e quase que me sufocava quando se atirou para cima de mim. E não me sufocou com beijos nem nada, simplesmente entrelaçou os braços à volta do meu pescoço e não os tirou de lá:

- Sana olha o mar! - ela apontou para a mini porção visível de mar

- É lindo não é amor

- Acho muito interessante a cor.. É um azul tão sofisticado, mas também pode transformar-se em um azul assustador, um azul temido. É como se fosse uma safira..

Quando o mar parou de estar ao alcance da nossa visão, Tzuyu voltou a agarrar no caderno e a escrever. A minha esposa também tinha o dom do desenho, então metade do diário estava repleto dos mesmos. Notei que ela estava a desenhar uma safira:

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