Melodia das Sombras

Capítulo 5

Como se já não fossem coisas de mais para se pensar e ver o castelo é enorme, todos os guardas e criados fazem mesuras a nossa passagem, o que faz eu me perguntar que posto exatamente Luck tem, não só pelas mesuras mas também por entrar assim no castelo sem ninguém barra-lo. Paramos numa garagem gigantesca com os mais variados modelos de carro de luxo.

– Isso deixaria qualquer colecionador de carros com inveja. Digo apontando para um modelo conversível azul escuro.

– Você ainda não viu nada. Ele comenta saindo da garagem.

– Já andou a cavalo? Ele pergunta.

– Tem cavalos aqui? Olho ao redor como se pudesse ver algum sinal de animais por perto mais só vejo alguns pássaros.

– Talvez eu consiga permissão para nos podermos vê-los. Ele responde.

Damos a volta e entramos no castelo por uma das muitas portas laterais, o salão que entramos é completamente lindo, as tapeçarias e os moveis sofisticados combinam perfeitamente. O brasão da família real se ergue maior que todos, entalhado em ouro na parede mais próxima ainda que nenhum deles tenha sobrado mostrando o tamanho do seu poder.

– Vamos. Luck me chama já em um dos corredores, corro para acompanha-lo deixando as tapeçarias para trás.

Ele explica que no castelo principal, no térreo ficam, duas bibliotecas, as salas de reunião, os jardins, o saguão de entrada, a salão de recepção, o salão de visitas e o SPA do lado sul. No norte ficam a sala de jogos, a sala de chá, as cozinhas e o quartel dos guardas do palácio. No subterrâneo fica a lavanderia, o almoxarifado, e o quarto dos criados e num sub nível ainda mais fundo as masmorras. No segundo andar ficam mais salas de reunião e planejamento, os quartos de hospedes, o salão de jantar, a sala de música, o salão de baile e a sala do trono e no terceiro ficavam os aposentos da família real e a sala das princesas e os jardins suspenso que ocupam o lado sul. No norte a sala de arquivos confidenciais, a biblioteca particular da família real e o quarto é o telhado onde fica o observatório astronômico.

– Gostaria de ver uma das bibliotecas? Deve ter algo importante lá. Luck fala.

– É bem provável. Respondo.

Chegamos a um par de portas duplas, o guarda vê nossa aproximação e as abre. Paro um instante admirada demais para falar, as paredes estão cobertas por prateleiras que vão até o teto, recheadas de livros e mais livros de todos os tamanhos, tipos e cores, perfeitamente organizados, mesas estão estrategicamente distribuídas com candelabros de cristal brilhando numa chama de cor pouco natural a luz do dia.

– Deve ter um exercito trabalhando aqui. Comento passando a mão por uma prateleira de livros, percebo que todos estão em ordem alfabética.

– Deveria ver a outra. Ele sorri vendo a minha animação.

Um guarda pouco mais velho que Luck entra, faz uma mesura para nos e se dirige a Luck.

– Sua  presença foi solicitada.

Luck se vira para mim como se algo o incomodasse, mas seu rosto se torna novamente ilegível.

– Fique aqui não vou demorar. Ele me lança um último olhar de preocupação antes de sair.

– Tudo bem. Murmuro para a porta fechada.

Caminho entre as prateleiras procurando um título promissor passo as primeiras prateleiras e começo a entrar numa parte mais antiga e empoeirada e mal cuidada como se poucas pessoas fossem ali muitos estão numa língua desconhecida, folheio o livro sem entender as palavras, mas algumas parecem flutuar para fora da pagina.