A Concubina Real

3. Nos Aposentos Reais

Normani entrou furtivamente pela porta traseira da estalagem pensando sobre quantas vezes já tinha colocado alguém sorrateiramente na cama de Lauren.

Ela fez todo o caminho até o corredor do quarto da prostituta. Deu três toques na porta e esperou.

Quando Dinah abriu a porta se deparou com uma cena completamente diferente da que viu à tarde.

Normani estava vestida toda de preto. Ela jogou o capuz da capa para trás e revelou seu rosto. Dinah sorriu largamente para ela.

- Boa noite, Normani. - ela disse à negra. Então Camila apareceu dando um empurrão fraco na amiga.

- É, boa noite Normani, vamos? - Normani não me deu a mínima para a mulher e se virou para Dinah.

- Boa noite Dinah. - ela sorriu e puxou Camila pelo braço, tentando ser o mais bruta possível. - Tchau Dinah.

Camila murmurou em frustração e Dinah deu uma risadinha, fechando a porta em seguida.

- Escute bem agora. - Normani falou firme para Camila, lhe entregando uma capa preta como a dela. Ela agradeceu internamente pela roupa da mulher ser escura, isso ajudaria muito a se camuflaram até o castelo. - Vista isso e me siga numa distância segura. Não me chame e não fale com ninguém. Não tire o capuz até eu disser que pode, entendeu?

Camila assentiu num movimento debochado e quando estava devidamente trajada com a capa, elas fizeram seu caminho para fora da estalagem.

Lá fora, o clima estava muito mais agradável. Uma brisa refrescante fez a capa de Normani ondular a frente de Camila. Elas ziguezaguearam pelos becos do reino em passos rápidos. Um gato branco passou pelos pés de Camila mas sumiu no mesmo momento. Ela ouviu vozes vindas das casas e de estabelecimentos ainda abertos, uma música era cantada não muito longe dali.

Subiram uma rua íngreme ainda tomando caminhos mais vazios, evitando as ruas principais. Então Normani parou em frente a um portão de ferro e o abriu. Quando passaram pelo portão Camila pode ver um lago à esquerda e não muito longe dali estavam as muralhas do castelo. Continuaram andando reto até que em um ponto Normani virou bruscamente para a direita e continuou a andar. Pararam em um lugar específico e Normani passou os pés no chão, a morena semicerrou os olhos para ver o que ela estava fazendo. Logo um alçapão foi revelado por baixo de muita terra e a dama de companhia se abaixou para abri-lo.

O alçapão rangeu um pouco, parecendo não ter sido usado a bastante tempo e Normani mandou Camila entrar. Ela se segurou nas paredes internas do alçapão para descer as escadas. Quando o lance de escadas acabou ela sentiu o chão irregular ao seus pés.

Normani então apareceu atrás dela segurando um archote já acendido. Seu rosto foi iluminado pelo fogo e ela retirou o capuz.

- Me siga. - ela mandou e virou-se na direção do longo corredor. Camila jogou o capuz para trás e começou a andar.

O corredor era totalmente reto e bastante estreito, a capa emprestada roçava na paredes de tijolos escuros.

Elas voltaram a subir escadas então Normani abriu o outro alçapão e Camila aterrizou em um cômodo espaçoso.

Uma janela dava vista à cidade e ela soube que estava no castelo. Todo o cômodo era revestido com tapetes no chão. Havia uma lareira no canto junto à janela e cadeiras altas de madeira escura. Do lado onde Camila havia saído tinha uma mesa de jantar estreita com seis lugares e outra lareira atrás. Os invernos aqui devem ser frios, pensou.

Tinha uma passagem para outro cômodo e Camila só pode ver um estante com muitos livros porque nesse momento Normani fez uma reverência curta. Camila se virou.

A mulher a sua frente vestia apenas uma capa vermelho sangue. Seus cabelos pretos e lisos iam até a cintura e ela tão branca. Ela tinha olhos muito verdes, Camila quase ficou hipnotizada, mas percorreu seus olhos para baixo focando em sua boca redonda e rosinha. Desceu mais um pouco e pode ver a curva de seus seios. A altura da capa ia até suas coxas e sua perna direita estava flexionada para frente, dando-lhe uma postura poderosa e ela estava descalça.

Camila sentiu-se quente com a visão e antes que a expulsassem do castelo, ela fez uma reverência um pouco mais rebuscada.

Quando levantou seu olhar a Rainha sorria de lado, seus olhos vidrados em Camila.

- Venho buscá-la ao amanhecer, Majestade? - Normani perguntou.

- Não se preocupe com isso. - a voz da Rainha era um timbre firme, longe de ser doce e Camila imaginou seus gemidos.

Controle-se, repreendeu-se mentalmente.

Normani fez uma nova reverência e saiu pela passagem que estava atrás da Rainha.

- Então você é a prostituta com dotes especiais? Estavam certos quando me disseram que você era realmente feminina. - o voz da Rainha soou pelo grande cômodo. Camila se sentiu desconfortável.

- Esperava uma mulher de barba, Majestade? - Camila não controlou seu deboche. Lauren ergueu as sobrancelhas em surpresa.

- Com certeza não esperava algo tão delicado. - Lauren andou em sua direção suavemente. - Me disseram que você é realmente... - ela andou ao seu redor e parou atrás de Camila. - Suficiente e real, Camila Cabello. Mas você está preparada para uma Rainha? - todos os pêlos de Camila se eriçaram, a boca da Rainha Lauren estava em seu ouvido. Ela ficou dura.

Camila deu um sorriso malvado, virando seu rosto para o da Rainha. Movimento errado. A boca dela estava perigosamente perto e sendo quem era, Camila não sabia se poderia avançar ou deveria esperar o movimento dela.

- Creio que tenho que tirar a prova disso, Majestade. - os olhos de Lauren brilharem com o desejo. Camila sentiu sua boca ficar seca.

- Tire sua capa e me siga. - ordenou. Camila desfez o laço de sua capa, jogando-a no chão e seguiu a Rainha.

Lauren parou no primeiro degrau da escada que dava para seus aposentos de dormir. Pousou suas mãos no laço de sua capa, tendo uma ideia excitante.

- Camila. - ela fez a prostituta parar a quatro passos de seu corpo. - Pegue taças naquele armário de vidro ali. - ela apontou para um canto embaixo da escada. Camila seguiu seu olhar e obedientemente fez seu caminho até o armário.

Quando voltou às escadas, Lauren não estava mais lá. Camila começou a subir, as taças de ouro em suas mãos. Então quase no final da escada ela viu um pano vermelho no chão. Apressou seus passos e finalmente chegou ao topo, o olhar focado na capa de Lauren no chão. Baixou e a pegou com a mão livre. Levou até a altura do seu rosto e inspirou com vontade. O perfume da Rainha era inebriante.

Sentiu olhos em cima de si e olhou para a porta atrás de si. Lauren tinha metade de seu corpo para dentro do quarto e a outra metade para fora, de um jeito que Camila só conseguia ver um de seus seios à meia luz do fogo do archote. Sua perna direita estava flexionada para fora, como um convite à Camila. Lauren deu um sorrisinho de lado para a prostituta e entrou no quarto.

As mãos de Camila estavam suadas e ela precisou adicionar mais força nos dedos para não deixar as taças caírem. Engoliu em seco e andou em direção ao quarto da Rainha.

Ela nunca tinha se sentido tão quente.