Até que ponto a curiosidade pode te levar?
Onde começa a curiosidade e onde termina?
E quando termina, o que a curiosidade se torna?
A Rainha Lauren só queria expandir seus horizontes sexuais, mas tudo mudou.
Vestir o preto nunca foi tão doloroso à Rainha Lauren.
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O povo viu enquanto ela fazia a sua caminhada do Castelo até a Igreja. O vestido preto simples, um véu também preto cobrindo seu rosto. Ela andou ao lado de Normani não pensando em nada. Era isso: sua mente estava oca. Ela não conseguia assimilar seus sentimentos e não conseguia chorar, sentia-se vazia.
O corpo de seu pai estava desde a noite passada na Igreja, os padres e seus servos preparando-o para a cerimônia de sepultamento. Lauren não participou de nada, Lauren não falou com ninguém, Lauren apenas saiu vestida naquela manhã cinza, com o rosto tampado e um coração quebrado.
Quando adentrou à Igreja, todos se calaram. Não que houvessem muitas pessoas falando, antes eram apenas murmúrios. Agora era um silêncio sepulcral.
Ela ajoelhou perante ao Padre, meras formalidades para ganhar a bênção. Mas não se sentia abençoada.
Negou-se a olhar para o seu pai, talvez não fosse tão forte assim como todos pensavam, até mesmo como pensava sobre si. Apenas sentou-se no banco de madeira polida e ouviu o Padre falar.
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De onde vem a coragem para fazer loucuras?
Seria do medo? Seria a sua própria vontade de cometer loucuras?
Ou seria do amor?
Camila pensava sobre isso enquanto andava pelo corredor do primeiro alçapão que entrou. Sim, ela invadiria os aposentos da Rainha. Sim, talvez fosse presa. Entretanto, algo dizia para que ela simplesmente fosse.
Era quase como um dejavu estar ali. Estava novamente usando capa preta e tinha o mesmo espírito ansioso em ver a Rainha. Dessa vez, não envolvia segundas intenções.
Quando se viu no final do corredor, podia enxergar uma luz fraca que vinha das frestas do alçapão. Respirou fundo, porque agora precisava de uma dupla coragem e depois levantou o alçapão.
Estava tudo como se lembrava, a mesa de jantar limpa, a lareira fria, a porta adjacente que dava para uma biblioteca que Camila nunca vira também estava ali.
Era virou para o outro lado e finalmente viu o que precisava, o que acalmava o seu coração: Lauren sentada no chão da varanda, os olhos fechados. Ela ainda usava o vestido preto do velório. Lágrimas incessantes desciam por suas bochechas.
E Camila ficou ali, parada.
Era uma visão dolorosa, a garganta de Camila de fechou, as lágrimas brotaram em seus olhos, mas ela ainda não conseguia se mexer.
Mas Lauren sentiu sua presença. Era quase palpável para si. O cheiro também era presente: amadeirado. E claro: o alçapão fazia muito barulho para ser ignorado.
- Você voltou. - a voz de Lauren saiu entrecortada, um sussurro rouco. Era a primeira vez que falava naquele dia. - Por que?
- Por que houve toda essa coisa de trazer aldeões para dentro das muralhas e eu não pude continuar… - Camila respondeu e a Rainha não pode controlar a sua decepção. - Eu teria voltado de qualquer forma. - Camila deu alguns passos, ficando assim a cinco passos de Lauren.