Capítulo 12

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O mar estava revolto e os marujos tiveram que amarrar o corpo do capitão em uma das redes que estava ao chão, em seguida eles se preparam para o que viesse, sabiam que quando uma tempestade chegava, algo iria acontecer.

Piratas não temiam o mar, temiam a magia, temiam o que não era humano e o que tinha nenhum sinal de alma, piratas não tinham medo de morrer, eles assinam seu testamento quando aceitam entrar em um navio.

Aria caminhou lentamente até Selene, não fez nada, mas ao ver que Nádia perdia a cor, tocou em seu ombro e imediatamente Selene saiu do transe em que estava, ela encarava a irmãcom ódio, mas voltou a si, não poderia machucar os marujos.

-Vai matar sua irmã?

-Ela matou pessoas que amei!

-Faça o que seu coração desejar!

Selene pegou a adaga que Aria lhe deu e caminhou até sua irmã, ela estava caída ao chão e quando viu Selene se levantou, a menina colocou a adaga na garganta dela e apertou, Nádia fechou seus olhos e se lembrou da profecia.

-Então a mais bela e inocente irá me matar...

Ela sussurrou, Selene respirou fundo e encarou a irmã nos olhos, fechou os olhos e sua adaga caiu da mão, nunca conseguiria matá-la, ela era sangue de seu sangue, ela amava Nádia, porque quando ela precisou a irmã sempre esteve ao seu lado, talvez ela não tivesse culpa da ganancia que a tomou, talvez Selene fosse mesmo a culpada.

-Não irei matá-la, você será julgada na terra firme e lá ficará para sempre, presa em uma jaula, como um animal perigoso, sua vida, ou o que restar dela, será apenas servidão e sofrimento!

Ela se afastou da irmã e se virou de costas, caminhou lentamente até onde o corpo de Malton estava amarrado, mas se virou com escutou um barulho alto, Nádia estava ao chão com a adaga em seu peito, seus olhos não continham mais vida.

-Sua irmã nunca entendeu aquela profecia idiota! Pelo sangue da mais bela será morta, vocês duas compartilham de um mesmo sangue, ou seja, se ela se tentasse algo contra ela, obviamente ela morreria! Por isso ela sempre quis te matar, pelo simples fato de que seu sangue poderia matá-la!

Ela nada disse, continuo caminhando até o corpo dele, não emitiu nenhum ruído, mas quando as lagrimas começaram a cair, ela se deu conta que agora sua irmã estava morta, junto com sua mãe e agora Malton estava ao mesmo lado delas, ela se ajoelhou e rasgou a camisa dele, começou a passar o pano em sua testa, as lagrimas que escorriam molhavam o rosto dele.

-Eu não pude dizer que o amava, estava cega demais em querer me vingar de Nádia!

-Sabe o que pode salva-lo, não é?!

-Não posso, se estou mesmo grávida e espero que sim, quero passar minha imortalidade para essa criança!

Ela não sabia se Selene  estava mesmo grávida, não ainda, mas havia tido uma visão do futuro dela, ela carregava uma linda menina em seu colo, estava felizes em terra firme, ela sentiu um pouco de inveja, mas nunca poderia pedir para que Selene salvasse ela dessa vida no mar, ela desejava ter uma vida melhor e poder envelhecer.

-Se lembra do que meu amado disse antes de morrer?

-Aquele que morre ao mar, pode então voltar se assim eu desejar!

-E então...

-Como posso fazer isso?

-Precisa fechar seus olhos, você vai entrar em um transe, nada do que estiver ao seu redor vai te acordar, vai viajar pelo vale das almas, tem que encontrar ele, mas não prometo que será fácil, cada alma vai para um lugar diferente, pode ser que a alma dele esteja em um mar tortuoso, ou em um lugar de grande paz!

O PirataOnde histórias criam vida. Descubra agora