Eu sou um bastardo fodido.
Eu ainda não conseguia entender por que diabos eu diria uma coisa como aquela para Aimee? Para o meu anjo? Não existe salvação para mim.
Ontem, depois que Aimee saiu, eu me sentia encolerizado. Vê-la indo embora com aquele filho da puta doeu mais do que eu poderia imaginar. Nós terminamos o show e eu fui beber. Horas mais tarde, trouxe Camy para cá e descarreguei minha raiva trepando com ela. Não foi uma atitude inteligente, principalmente por que Aimee estaria aqui. Mas eu estava bêbado e puto, ninguém pensa direito nessas condições. O meu eu bêbado queria que Aimee visse que eu não precisava dela. Porém meu eu — quase — sóbrio, que era a condição em que me encontrava agora, estava sentindo uma dor que nada tinha a ver com o tapa que ainda ardia em meu rosto.
Eu me sentia um lixo por ter humilhado Aimee daquele jeito. Ver aquele olhar em seu rosto perfeito me destruiu. Saber que eu o tinha colocado lá me fez querer morrer. Uma morte lenta e dolorosa. Só isso poderia compensar toda a merda que eu havia feito.
Agarrei meu cabelo como se fosse arrancá-lo. Ouvi uma porta se abrir e me virei pensando que era Aimee. Eu imploraria. Não, eu suplicaria para que ela me perdoasse. Mas não era Aimee. Era Camy. Ela saiu vestindo suas próprias roupas e sem dar adeus, foi embora.
Mais cedo, eu estava deitado em minha cama, esperando Aimee acordar e o efeito da ressaca passar um pouco. Eu queria falar com ela, me desculpar por trazer Camy aqui. Ela podia ter nos escutado e ela não precisava aturar esse tipo de merda. Então, quando ouvi a voz de Aimee vindo da sala, eu pulei da cama e fui até ela. Percebi que ela falava com alguém, pensei que fosse Kelsey, mas eu estava errado.
Quando cheguei à sala e vi Camy esparramada no sofá eu quis pegá-la e expulsá-la da minha casa. Não era totalmente justo com ela, mas ela sabe como eu sou. Não gosto de acordar livre da bebedeira e ter que aguentar a merda de uma mulher grudenta pela manhã. Eu sou muito fodido.
Pelo canto do olho notei que Aimee nos observava, então me virei para me desculpar por essa situação. Mas, quando vi que ela ainda usava o vestido da noite anterior e a constatação de que ela não havia dormido em casa, que tinha passado a noite com ele, me cegou. Senti raiva líquida correndo por minhas veias. Eu queria muito bater em algo, de preferência num certo babaca chamado Will. Entretanto, isso não justifica minha atitude deplorável que se seguiu, ou se quer minimiza os efeitos dela.
Agora, estou congelado no meu lugar incapaz de fazer alguma coisa. Será que eu poderia me redimir? Será que eu poderia ir até o quarto e implorar que ela me perdoe? Aimee com certeza me odiava agora e eu nunca me perdoaria por isso.
Respiro fundo e finalmente encontro forças para deixar esse estado catatônico. Vou em direção ao quarto dela em passos lentos e bato na porta. Ela não responde, então insisto, batendo novamente.
— Vai embora. — grita ela, mas sua voz está embargada. Ela estava chorando.
Porra. Como se fosse possível me sinto ainda pior. Você fez sua cama, seu filho da puta.
Girei a maçaneta bem devagar e enfiei a cabeça pela fresta da porta.
— Aimee. — digo.
— Eu mandei você ir embora. — grita, mas sem olhar para mim.
Ela está andando de um lado para o outro, recolhendo todas as suas coisas e colocando na mochila. Aimee está indo embora. O que você queria, idiota? Rebaixá-la ao nível de uma puta qualquer e ainda esperar que ela queira continuar perto de mim? Eu realmente sou um imprestável de merda. Sinto um caroço enorme na garganta e não consigo respirar. Não quero que ela vá embora.
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Louco Por Você - Serie Paradise City - Livro 1
ChickLitAimee White é uma garota inteligente. Está sempre estudando e nunca namora. Ela começou a sair com Will e ele trouxe um pouco de cor a sua monótona vidinha universitária. Ele é bom, atencioso, romântico e... tranquilo. Mas essa tranquilidade está pr...