Louco Por Você - Serie Paradise City - Livro 1

Capitulo 28 - Aimee

O som do toque do meu celular me desperta pela manhã. Esfrego os olhos com as costas das mãos, acostumando-os com a claridade.

Ás vezes preciso forçar a me lembrar que estou na casa da minha avó. Rolo na minha velha cama, e estico a mão até a mesa de cabeceira e pego o telefone, que não para de tocar.

— Alô. — digo, com a voz grossa de sono.

— Não acredito que você ainda está dormindo. Já é quase dez horas, Amy.

A voz de Kelsey traz um sorriso ao meu rosto. É tão bom ouvi-la, estou morrendo de saudade.

— Estou de ferias, Kel. — respondo — Acordar tarde é uma regra.

— Queria poder fazer o mesmo. Nem acredito que só falta uma semana para o casamento. Simplesmente não consigo dormir direito.

— Não se preocupe. Acho que do jeito que Josh te ama, ele não vai se importar que sua noiva apareça com duas olheiras, assim beeem grandes.

Enfatizo essas ultimas palavras, tentando assusta-la e começo a rir, pois sei que atingi meu objetivo. Kelsey é daquelas pessoas que não se contentam se não estiver no mínimo perfeita. E se tratando do seu casamento, temo que essa norma seja muito mais seria.

— Nem brinca, Aimee! Ai meu Deus, será que vou ter olheiras mesmo? O que eu faço?

— Calma, Miss. — digo — Você vai estar perfeita. Tudo será perfeito. Como está Josh?

— Super animado. O que é estranho para um noivo. Ele não tentou voltar atrás ou fugir — ela ri.

— Isso é por que ele te ama, sua boba.

Conversamos mais sobre como andam os preparativos da festa. Kelsey e Josh decidiram realizar a cerimonia no enorme quintal da casa dos pais dela. Desde que eles conheceram Josh, no inicio do verão, o adotaram como filho. Disseram que não abririam mão de fazer o casamento deles lá. Josh aceitou e tem estado muito animado desde então. E tirando toda a preocupação com vestido e olheiras, Kelsey é toda alegria também. É lindo ver os dois juntos. Me sinto feliz por minha amiga.

— Josh e eu estamos viajando hoje para a casa dos meus pais. E Kie... — ela faz uma pausa — Bem, os caras da banda vão no sábado.

Reviro os olhos, sabendo por que ela parou de falar.

— Você ia falar sobre Kieran, Kel. Está tudo bem.

— Desculpe. É que no começo parecia mais difícil pra você. Se tornou um habito não falar dele com você.

— Era mesmo mais difícil. Mas Kel, já se passaram dois meses. Acho que posso ouvir o nome dele sem ficar toda emotiva. — explico — E sei que ele vai estar lá. Eu sabia que teria que encontra-lo um dia, e estou bem com isso. De verdade.

— É ótimo ouvir isso, Amy. Serio.

Fui sincera. As coisas estavam realmente melhores pra mim. Não posso negar que o primeiro mês foi muito difícil. Foi horrível chegar aqui, e ter que explicar a minha avó que Kieran não viria e que nossos planos haviam mudado. Eu não comia ou dormia bem. Simples tarefas do dia a dia exigiam de mim muita força de vontade.

Minha avó acreditou que eu estava deprimida e me levou ao meu antigo terapeuta. Depois de algumas sessões, eu já conseguia falar sobre o que aconteceu, e ele me deu bons conselhos. Me ajudou a emergir do oceano profundo onde eu havia me afundado.

Também consegui explicar a minha avó como eu me sentia. Como se meu coração tivesse sido arrancado do meu peito. Como eu me sentia vazia e sem esperança. Ela compreendeu e se compadeceu de mim. Começou a cuidar de mim como se eu ainda fosse aquela menininha que havia perdido os pais.