Louco Por Você - Serie Paradise City - Livro 1

Capitulo 11 - Kieran

Caralho. Como se não bastasse Kelsey e Josh transando no quarto ao lado, havia agora esse telefone tocando. Meu desejo de dormir cedo estava se tornando um sonho impossível.

– Fala. – atendi, sem vontade alguma em parecer educado, porém ninguém respondeu.

Eu conseguia ouvir algo como sirenes e gritos do outro lado. Que porra estava acontecendo?

– Alô – tentei novamente.

– Hum... K-kel... Kelsey está?

Era ela. Era Aimee.

Ignorando a dor aguda na boca do meu estômago ao ouvir sua voz, eu voltei minha atenção para o barulho em volta dela.

– Aimee, o que aconteceu? Você está bem?

– Eu... acho que sim. Eu-

– Você está sozinha?

– Sim, mas eu queri-

– Estou indo.

Corri para o quarto e peguei a primeira camisa que encontrei. Dessa vez eu já usava uma calça. Desci os degraus da escada de dois em dois e antes mesmo que eu pensasse duas vezes nisso, eu estava seguindo em direção ao prédio de Aimee.

Eu tentei me manter calmo no trajeto, mas foi em vão, a preocupação tomou conta de mim. Enquanto o prédio de Aimee ficava a sul do campus, o meu ficava a norte. Eram dois polos. E quanto mais demorava mais apreensivo eu ficava.

Consegui fazer um tempo recorde, em doze minutos eu estava estacionando em frente ao prédio.

Saltei da moto e me deparei com a confusão. Havia bombeiros e duas ambulâncias. Garotas estavam espalhadas pelo gramado. Algumas choravam, outras consolavam as que estavam chorando. Eu segui procurando por Aimee. Meu coração apertou, eu não conseguia encontrar minha garota.

Minha garota.

Não deu tempo de elaborar esse pensamento por que naquele momento eu a vi. Ela estava lá sentada na grama, olhando para cima. Seus braços abraçando os joelhos junto ao corpo. Primeiro senti um alivio inexplicável ao ver que ela estava bem, só depois corri até ela.

Caí de joelhos ao lado dela e tomei seu rosto em minhas mãos.

– Aimee, você está bem?

Ela me olhou com os olhos arregalados. Com certeza ela não entendia meu comportamento. Para falar a verdade, nem eu entendia. Mas, porra, eu senti um medo do caralho quando ouvi aqueles gritos do outro lado da linha. Eu não sabia se tinha acontecido alguma coisa com ela. Eu não pensei. Eu, simplesmente, agi.

– Kieran, o que... o que você veio fazer aqui?

– Você está bem? Está machucada? – retirei minhas mãos de seu rosto e as passei em seus ombros, braços e mãos, procurando por algum ferimento.

Ela se levantou bruscamente.

– Eu estou bem.

Me levantei e então notei que ela ainda estava de pijama. Uma calça de flanela rosa e uma blusinha azul clara de mangas curtas. Percebi também ela não usava um sutiã.

Porra, Kieran, agora não.

Ela cruzou os braços sobre o peito e eu olhei para seu rosto. Merda. Ela me pegou olhando.

– Vou repetir. O que você veio fazer aqui? – disse ela, mais firme dessa vez.

– Eu... eu – grande. Agora eu era daqueles idiotas que gaguejam – eu ouvi as sirenes e fiquei preocupado.