Atualmente, pra mim, não está sendo um bom dia. Fui fazer uma consulta no hospital e descobri que tenho cardiopatia congênita, que é uma anormalidade no coração. Fiquei um pouco triste porque minha mãe sabia, mas não conseguia contar. Também fiquei com muito medo, aliás, eu não queria morrer cedo. Agora me pergunto: como eu sobrevivi todo esse tempo? Não sei.
Minha mãe queria que eu voltasse hoje pra escola. Ela pegou o telefone e ligou pra diretora.
-Olá diretora, eu sou a mãe do Steve e quero saber se ele pode voltar pra escola.
-Sim, pode. Mas me diga o motivo.
-Ele teve uma consulta no hospital.
-Tudo bem, pode trazê-lo.
Ela desliga o telefone e me avisa que irei voltar. Entro no carro e aguardo até chegar lá. Quando cheguei, desci do carro, entrei na escola e andei até minha sala. Chegando lá, a Mary (super preocupada) veio falar comigo.
-Amorzinho, o que você tem? Dá pra continuar jogando basquete?
-Eu tenho cardiopatia congênita. Até que dá, mas bem pouquinho. Nem vou jogar mais nos outros tempos. Só em outra partida.
-Entendo...
O jogo de basquete continua, nosso time ganha e vai pra próxima etapa. Não sei se vou jogar.
Quando deu o sinal, era hora de irmos embora. Minha mãe está no portão da escola, nos esperando. Mas fomos direto ao hospital, ela disse que eu vou ser internado. Mary fica preocupada.
-Dona Ester, eu posso ir junto?
-Claro que pode, entre.
Ela entrou no carro e seguimos até o hospital. Demorou um pouco porque o trânsito tava intenso. Quanto mais perto estávamos, mais preocupada ela ficava. Quando chegamos, entrei na sala e fui internado.
-Quanto tempo ele vai ficar aqui?
-Umas duas semanas, pra fazer alguns exames.
-Entendo...
Mary recebe uma ligação de sua mãe.
-Alô, mãe?
-Sim filha, sou eu. Vou te buscar no hospital e ver como tá o meu genro.
-Tudo bem, até logo.
Mary desliga, me dá um beijo e espera a minha sogra chegar. Quando ela chega, pergunta se eu estou bem. Digo que sim. Ela me dá um abraço e vai embora junto com Mary.
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Hoje é o meu primeiro dia internado no hospital. Confesso que tá muito chato e entendiante, porque não tem ninguém pra conversar. Alguns minutos depois, a enfermeira chega com o café da manhã. Tinha sopa de jiló, e eu detesto jiló, mas tenho que comer pra não passar fome.
-Olá, jovem rapaz. Aqui está seu café da manhã: sopa de jiló. Aproveite!
Quando ela saiu, tomei a sopa, peguei meu notebook e começo a jogar Super Mario World. Uma hora depois da jogatina, desliguei o notebook e deitei na cama, tentando dormir. Quando eu pego no sono, a enfermeira chega pra trocar o soro. Ela faz os procedimentos com cuidado sem me acordar.
Após duas horas de cochilo, a cardiologista chega dizendo que vai começar os exames.
-Olá, Steve. Vamos dar início aos exames pra ver se a sua cardiopatia não é grave. Diga um esporte que você gosta muito de praticar.
-Eu gosto de basquete. Trouxe até minha bola.
-Tudo bem. Vamos tirar seu soro e o levaremos até uma sala de testes pra ver quanto tempo você aguenta jogando. Depois faremos as análises.
Depois que ela terminou de dizer o que eu deveria fazer, a enfermeira tira o soro, me ajuda a levantar da cama e me leva até uma quadra que tinha lá. Quando chegamos, troquei de roupa e fui jogar contra alguns garotos que estavam em situações parecidas. Montamos os times e começamos a jogar.
Como eu gosto muito de basquete, fiz quatro cestas de dois pontos e duas de três pontos. Me saí muito bem nos dois primeiros tempos. Mas quando estava na metade do terceiro tempo, eu já não tava aguentando mais. Para continuar jogando, fiquei andando, passando e tentando marcar pontos. Até que eu fiz mais uma cesta de dois pontos e desisti. Saí da sala, tomei banho, coloquei a roupa do hospital e voltei pra cama.
Após os testes, a doutora foi até meu quarto mostrar os resultados da análise.
-Steve, você aguentou dois tempos inteiros e a metade do terceiro, isso foi muito bom. Significa que sua cardiopatia não é tão grave.
-Agora eu tô feliz. Aguentei mais tempo.
Depois de ver os resultados, deito na cama novamente, pego o celular e começo a conversar com Mary. Eu estou com muita saudade dela.
-Oi meu chuchuuu!
-Oi meu amor, tudo bem com você?
-Um pouco entendiado, mas eu tô bem. E você?
-Também. Tô com muita saudade de você meu bem, quero te ver saudável novamente, não vejo a hora...
-Se você quiser vir agora aqui no hospital, pode vir. Tô podendo receber visitas.
Ela nem pensou duas vezes e foi até o hospital me ver. Quando ela chegou, me abraçou e me encheu de beijos. Logo após, eu pedi um favor a ela.
-Amor, me faz um favor?
-Pode dizer chuchu.
-Dorme aqui comigo hoje? Toda vez que durmo, sonho com você direto.
-Ah meu amor, eu durmo hoje aqui tá, meu bebê.
Mary foi autorizada a dormir comigo hoje. Estou muito feliz, porque passo a maior parte do meu tempo aqui sozinho.
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Duas semanas se passaram e voltei pra minha casa. Hoje tô muito de bem comigo mesmo. Tava muito chato ficar no hospital: deitado o dia todo e comendo sopa de jiló, horrivelmente horrível. Vou pedir para minha mãe me levar na escola porque eu estava com muita saudade dos meus amigos.
-Mãe, me leva na escola?
-Sim, eu te levo.
Entrei no carro e fomos até a escola. Durante a aula de artes, entrei na sala sem que ninguém percebesse. A professora estava quase no final da chamada.
-Sabrina...
-EU!
-Stephany...
-Presente.
-Steve...
-PRESENTE!
-Ué... Steve?
-Sim, sou eu. Melhorei e quis voltar pra cá.
Algumas pessoas perguntaram o que tinha acontecido comigo, outras estavam felizes em me ver, mas...
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*RECADOS DO AUTOR*
Desculpe a demora pra postar esse capítulo. Fui escrevendo aos poucos.
Hoje meu amigo V3lten chegou em 100 votos. O livro dele é muito bom.
Por hoje é só :)
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Um Garoto Diferente
RomanceSteve é um rapaz de 16 anos que é diferente das outras pessoas da escola pelo modo de se vestir e pelos seus gostos. Quando uma aluna nova entra na classe, esta poderá ser um anjo da guarda para ele...