Amor à primeira vista || JORTINI

|CAPÍTULO 2|"Tenho algo que te pertence"

Novamente acordei com os gritos da minha mãe, já sabem a minha rotina né?

Só que desta vez é diferente, desta vez o meu pai está cá connosco por isso tornar-se ligeiramente diferente...estou a mentir é praticamente igual, tirando o facto de ele estar na cozinha com a minha mãe ou então a dormir.

Mais uma vez tive que esperar pela Leonor para irmos embora, hoje levaria o meu carro, que paguei com o meu esforço e suor trabalhando em partime, aos sábados com um amigo dos meus pais.

Estou a caminho da escola com a minha irmã, eu não parava de pensar na garota do aeroporto, não me saia da cabeça, enquanto que ela ia sempre a trocar de música, uma coisa que me irritava muito, porque ela passava à frente as músicas que eu mais gostava.

-Para quieta - digo não tirando os olhos da estrada

- Aff! Não mandas em mim! - diz ela continuando

- Em ti não, mas ainda mando no MEU carro, por isso para! - digo tirando a mão dela do leitor de cds

Chegamos à escola, ela saiu do carro e foi ter com as suas amigas, e eu fiz o mesmo, fui ter com os meus amigos ao bar como de costume..

Ficamos vários minutos a conversar.

- A Mercedes? - perguntou Lodovica dando falta da sua amiga

- Foi buscar a amiga dela à entrada da escola - diz Ruggero cotocando-me

Eu simplesmente revirei os olhos, por não estar interessado.

- Vem ai a Mercedes e a garota - diz Diego apontando para trás de mim, eu nem olhei

- Gente! Esta é a minha amiga Martina - diz Mercedes passando ao meu lado e parando frente a mim e a todos os outros

Eu levantei o meu olhar e pude ver novamente aqueles olhos castanhos brilhantes, que ainda não tinham encontrado os meus.

- Prazer Martina - dizem todos ao mesmo tempo, menos eu, que estava completamente perdido

-Oh oh prazer é só na cama - diz Samuel e todos se riem

- Que idiota - diz Candelaria socando ele na brincadeira

Os seus olhos encontraram os meus, ficamos alguns segundos nos encarando, até que ela desvia o olhar e eu faço o mesmo.

Mercedes fez questão de apresentar 1 por 1, até que chegou a minha vez.

- Martina, este é o Jorge, é gato neh? - diz Mercedes rindo

Notei que Martina ficou um pouco encomodada, visto que ficou com as suas bochechas rosadas e não parava quieta com os braços.

- É! - diz envergonhada - Prazer em te conhecer - disse ela se aproximando para me cumprimentar com dois beijos na cara

O seu cheiro fez-se sentir, que cheirosa que ela é, aquele toque a baunilha? Hum!

- Tini! Eu tenho mesmo que ir com o Ruggero falar com um professor eu não demoro, prometo! - diz Mercedes a abraçando - Aproveitas e podes conhecer melhor o pessoal!

- Tudo bem Mechi, vai lá - diz Martina amavelmente

Começaram-se todos a levantar para ir para a aula, Martina estava a ir atrás deles, e eu também, puxei-a pelo braço para que ela, se vira-se para mim, e me presta-se atenção.

- Espera! - digo - Tenho algo que te pertence - digo abrindo a minha mochila e tirando de lá o celular dela - Deixaste-o no chão ontem no aeroporto

-Oh obrigada! Andava aflita à procura dele - diz ela pegando no celular

- Desculpa estar a meter-me mas, estás cá sozinha em Buenos Aires? - perguntei metendo conversa com ela

- Sim, os meus pais deixaram-me prosseguir estudos aqui nesta escola, tenho uma oportunidade de começar uma vida nova - diz ela - Só me falta arrumar um apartamento baratinho, para morar, mas está difícil

- Eu até te convidava a ficares na minha casa, mas é impossível por enquanto, estamos com a casa em obras - digo - Mas a Lodovica mora num apartamento sozinha, eu posso falar com ela, assim pagavam as despesas a meias - digo arrumando uma solução

- E achas que ela não se importa? - pergunta receosa

- Claro que não, aliás ela até estava à procura de uma pessoa de confiança para morar com ela - digo

- Obrigada, és muito lindo...gentil, és muito gentil - diz envergonhada

- Tu também és linda...gentil ahah - digo a brincar com ela, o que fez ela soltar um sorrisinho

- Hey pombinhos! Vão chegar atrasados - diz Ruggero passando por nós - Esta água está quente Dona Emília - reclama ao andar

- Vamos pra aula? - perguntei e ela assentiu

Como é possível? Uma garota tão simples, mexer tanto comigo, e nem sequer a conheço direito, não vou dizer que estou apaixonado, mas posso dizer que estou interessado.