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CAPÍTULO 01
ZOLA

O dia estava calmo demais, incomum, mas decidi aproveitar isso. Coloco uma bermuda e pego me celular e sai em direção ao parque que tem perto do meu apartamento. Olho no relógio e vejo que já são meia noite. Não me importo eu precisava me cansar para poder dormir em paz.

O mês que vem era doloroso demais e eu não me sentia preparado por passar por tudo de novo. Aciono o cronometro do celular e começo a correr e eu corro até sentir meus músculos ardendo. O vento que bate contra meu rosto me faz sentir vivo. Paro de correr quando meu celular começa a tocar.

Vejo as horas antes de atender e vejo que já são duas horas da manhã. Respiro fundo tentando me recompor meu corpo estava exausto, porém minha mente ainda estava a milhão.

- Sim. – Atendo estranho o número desconhecido.

- Zola Motta? – A pessoa do outro lado questiona.

- Sim. Quem fala? – Pergunto já retornando para meu apartamento.

- Thierry Beaumont – Estranho, penso.

- E porque o consigliere da França está me ligando a essas horas? – Pergunto sem entender.

Eu me lembro de Thierry, ele é um homem sério e sanguinário e eu sabia bem que mexer com ele só me daria dor de cabeça, o que eu ultimamente estava tentando evitar.

- Você foi o único da Camurro com quem consegui contato. – Ele diz sem explicar o porquê está me ligando a essas horas.

- E o que te interessa na Camurro?

- Temos muito o que conversar. Espero que Dimitre esteja de bom humor, pois não vai gostar do que eu tenho para falar.

Merda eu odiava ter que fazer a parte burocrática dos assuntos da Camurro, converso com Thierry e peço para ele aparecer na central da Camurro no dia seguinte. Aviso aos meus irmãos e a Dimitre da reunião por mensagem e jogo o celular no sofá do meu apartamento.

Vou direto para o banheiro tomar um banho para tirar todo suor do meu corpo e olho ao redor percebendo como meu apartamento refletia minha imagem. Escuro e sem vida.

Me deito e como em toda noite meus pensamentos e as lembranças revivem em minha mente expulsando o sono e deixando uma dor que me sufoca.

Na manhã seguinte eu levantei já sabendo que o dia seria estressante. Chego na Camurro e me deparo com Maria junto de Vitoria e Alex se despedindo de Giovanni, assim que Alex coloca seus olhos em mim um sorriso enorme brota no rosto do garoto que está cada dia maior.

- Tio! – Ele fala e me cumprimenta sorrindo. – Nossa, você parece péssimo. – Alex diz e eu bagunço seus cabelos.

- Obrigada, garoto. – Falo e ele revira os olhos.

Alex já estava com quatorze anos e era o orgulho do meu irmão. Alex é um ótimo garoto e muito disciplinado. Mesmo com os protestos de Maria, Giovanni decidiu que era melhor que Alex já começasse a entender a posição dele dentro da máfia, não só dessa como da máfia que seu pai foi Capo.

- Nossa, você está péssimo. – Dessa vez é Maria quem fala.

- Não dormi direito. – Falo e ela me repreende com o olhar.

Desde que Maria entrou em nossa família ela mudou muitas coisas, principalmente meu irmão que a amava demais, ela vez bem a todos isso eu nunca poderia negar. Porém tenho que admitir que lidar com seu temperamento era algo que drenava minhas energias.

Perdendo-se no Passado I Livro 05 -  Série Obscuros (Amostra)Onde histórias criam vida. Descubra agora