Outro dia e fui com minha mãe ou seja, a mulher que insiste em me enganar que é minha mãe, na casa de uma amiga dela, ao chegar a senhorinha toda sorridente nos atendeu e abriu a porta nos mostrando uma saleta muito bem organizada, com móveis um tanto arcaicos eu diria, mas tinha uma "que" que era só "que "mesmo, sem contar do cheiro que era repugnante tinha cheiro de mofo misturado com pinho. Bem seguindo em frente a história, a senhorinha me olhou com aquele olhar que eu detesto e disse a minha mãe. (só faltou apertar minhas bochechas).
_ Meu amor, vamos deixar esse doce anjinho brincar no jardim com minha cachorrinha, nossas conversas com certeza não agrada a uma doce menina.
Minha mãe assentiu com a cabeça e lá fui elas, na verdade expulsa da saleta, pensam que eu não sei que elas queriam falar coisas impróprias para meus onze anos.
O jardim não era aquele jardim de cinemas, era um quintal bem arrumado, tinha arbustos que formavam uma cerca viva separando a terra das pedras da calçada. Próximo ao portão lateral tinha uma árvore frondosa, bem com seu tronco largo que abria em quatro lados dando o formato de uma saia, suas raízes algumas expostas sobre aterra denunciava ser bem mais velha que aparentava. Sua copa voltada para o céu, parecia o cabelo de uma amiga lá da escola, que apesar de teimar em crescer para cima deixava ela mais bonita e com ar de inteligente. Em um de seus galhos havia um balanço, deveria ter sido da dona da casa quando menina, penso eu, pois parecia ter a idade dela.
Eu estava distraída olhando as pequenas plantas e procurando algo interessante para fazer quando de repente fui atacada por um bicho enorme, meio peludo, com uns laços enormes nas orelhas e uns olhos que pareciam duas jabuticabas; seus dentes afiados e sedentos pela minha carne. Em um só golpe me derrubou no chão (claro me pegou de surpresa, se não coitada dela.), o bicho horroroso me mordia por todas as partes do meu corpo, quando eu tentava defender meu rosto o tapando com as mãos ele me puxava pelos cabelos, eu virava o meu corpo de bruços, e o terrível animal feros puxava minha blusa, eu entrei em pânico, pensei que havia chegado a minha hora até senti saudades de minha marrenta Antônia e seus caprichos.
Comecei a gritar por socorro, será que ninguém me ouvia, quando mais eu gritava e rolava mais era atacada por aquela criatura.
Veja o meu desespero ao ser atacada!
Quando eu pensei que estava tudo perdido sai minha mãe e sua amiga para o quintal.
_ Ah! Está brincando com a Susie? Ela adora brincar. Disse sorrindo a senhorinha.
Minha mãe não podia perder a chance de me chamar atenção é claro.
_ Nossa Druxila, precisa fazer tanto escândalo, e veja você está sujando toda sua roupa rolando na grama! Quando você vai tomar jeito menina?
Para piorar toda situação minha mãe fez de novo me chamou pelo nome inteiro eu me defendi conforme pude.
Eu não estava brincando, esse demônio da tasmânia me atacou, mordeu meu tornozelo e me derrubou na grama. Falei me levantando do chão, a cachorrinha ao ouvir a voz da dona correu ao seu encontro me deixando em paz. Me recompus e dei aquele olhar de bruxa vingativa para aquela coisa peludinha e sem graça.
Minha mãe me olhou com ar de reprovação tipo em casa a gente conversa.
_Vamos entrar a dona Margarida fez um lanche delicioso para nós.
Ah então era esse o nome da senhorinha, só podia ser nome de flor mesmo, para ter paciência com aquele animal.
A mesa estava deliciosa, tinha bolo, pão com manteiga, leite com chocolate e bolachas recheadas. Aquele corpo a corpo com aquele demônio da tasmânia havia me dado fome.
Já em casa corri para meu quarto, a Antônia estava como de costume deitada na janela ignorando tudo a sua volta, nem a minha entrada repentina fez com que ela abrisse os olhos para ver o que estava acontecendo. Sentei na cama e comecei a contar a minha aventura.
_ Você nem imagina o que me aconteceu hoje! Fui com mamãe visitar uma amiga dela de tempos, e quando estava vasculhando o quintal fui atacada por um terrível cachorro, olha estou com os tornozelos todos vermelhos e com as costas arranhadas. Se eu tivesse já os meus poderes teria transformado aquela cachorrinha em um sapo, não teria transformado em um rato e trazido para você comer. E para piorar a mamãe ainda me chamou atenção e ficou enchendo o meu saco no caminho de volta, que eu a envergonhei mito, aonde estava minha educação, como eu podia ter chamado a cachorrinha de Margarida de demônio da tasmânia? E bla, bla, bla...
Nossa Antônia você poderia pelo menos prestar atenção em meus lamentos já que estraga toda vez a possibilidade de eu me transformar em uma bruxa de verdade.
E sabe do mais, boa noite. Agora quem não quer conversa sou eu.
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DRUXILA :O Diário de uma Bruxinha
Teen FictionAdolescente meiga, impulsiva e que anda cheia de conflitos de identidade. Druxila marca as páginas desse livro com sua imaginação tempestiva e estonteante.Como não amar suas travessuras?