07 / O INQUILINO

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O FUTURO SENTA AO LADO
THE CHANGES

Guilherme

Talvez seja esse o sentido da vida, nos surpreender! Mostrar que, mesmo nós querermos planejar o futuro, não é como queremos. Recebemos apenas o que precisamos.

[06:00]

Aquele barulho me incomodava bastante, não parava de latejar na minha cabeça. Mal conseguia abrir os olhos, só sei que bati no meu criado mudo e tudo se calou. Meu despertador era insuportável. Ao contrário de mim, Paulo dormia profundamente. Após abrir completamente os olhos, percebi que Paulo ainda estava junto a mim, com o braço esquerdo sobre meu corpo. Como ele dormia ainda, tirei lentamente o braço dele de cima de mim, e me levantei da cama. Ele estava um pouco desenrolado, então com pena o cobri melhor. Tínhamos dormido com o mesmo edredom, pois só tinha dois e o segundo estava na lavanderia.

Deixei Paulo dormindo, e em frente a cama, parei e fiquei observando ele. Ele estava tão diferente, eu em tempos que via ele nunca havia prestado atenção nele daquela forma. Seu rosto estava nítido a paz, a tranquilidade. Ele... Estava tão lindo. Nossa meu Deus, por que estou pensando nisso!

Eu não estava apaixonado por ele, e nem pretendia estar. É normal achar uma pessoa bonita. Talvez fosse só pena da situação!

Após alguns segundos, segui em direção ao banheiro para tomar banho. Tinha que sair para o trabalho às 07:00 horas, e ainda tinha que preparar o café da manhã.

Durante o banho, não conseguia tirar a imagem de Paulo dormindo da minha cabeça. Eu não sabia o que estava acontecendo comigo. Eu não poderia estar apaixonado por ele, eu não sou desses!

Terminei o banho, me troquei e fui fazer o café da manhã. Era 06:45 quando havia acabado de fazer, comi um pouco e depois pegava minhas coisas para sair. Como Paulo ainda dormia, eu deixei um recado na geladeira, falando que ficasse avontade, e que eu só voltava ás 17:10.

Então após uns minutos, já estava no carro me dirigindo até ao trabalho. E só ficava preocupado com o que Paulo podeira fazer. Será que ele iria ter outra recaída, ou iria fazer algo pra me deixar com raiva. Dele eu não esperava mais nada.

Era umas 10:30 da manhã quando recebi uma mensagem de Paulo, que havia mandado uma foto abraçado com o meu gato Salem, achei bastante engraçado. Aquela foto fez sumir todas as preocupação que havia, em minha cabeça naquele momento. Meus olhos estavam sorrindo. Assim falou Marcela, minha companheira de trabalho.

Marcela tinha me ajudando bastante na empresa, a me ajustar as normas, me deu conselhos. Sabia que tinha ganhado uma amiga. Ela me perguntou, o que tinha acontecido pra me faltar na aula, da noite passada. Ela estudava comigo, porém na sala antes do trabalho, não tínhamos muito contato.

Eu contei um pouco do que tinha acontecido, ela ficou boquiaberta com a situação:

- Nossa Guilherme! Que loucura, eu nunca faria isso por alguém, sério! O que você está fazendo por ele é muito gentil. - Falou ela muito entusiasmada.

- Sim, mas não o ajudei no intuito, dele ficar me agradecendo ou me dever algo. O que eu fiz por ele, faria por qualquer um que precisasse.- Falei olhando pra ela.

- Que lindo, mas sério Guilherme. Você não acha que está sentido algo por esse garoto ?-  Ela articulou meticulosamente.

Aquela pergunta me fuzilou de uma forma, que paralisei o que estava fazendo no momento, e fiquei parado.

- Hum... Não Marcela, creio firmemente que não, eu só quero o bem dele, eu o vejo como irmão,- falei um pouco nervoso,- e outra ele é hétero, e mesmo que ele fosse o último homen da terra, não iria querer ter nada com ele e nem ele comigo!- completei um pouco exaltado.

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