EP-10 / FURACÕES

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O FUTURO SENTA AO LADO - THE CHANGES - 变化

Paulo e Guilherme

1... 2... 3... Respira... Não irá acontecer nada. Respira... Respira... Respira...

Não sentia meu corpo. Cada partícula que havia em mim, estava congelada.

Meu sonho perfeito, estava desmoronando... O furacão tinha chegado... Ele não queria saber o tinha pela frente, ele não ligava, ele apenas estava passando.

- Guilherme. Amor você está bem!? - perguntou Paulo da varanda.

Eu estava paralisado em frente a mesa. Não sabia o que responder. Minha mãe, já tinha desligado a ligação na minha cara.

Vi Paulo vindo em minha direção, ele parecia assustado.

- Guilherme! Me fala o que aconteceu! Vai Guilherme não fica assim, me fala. - falava Paulo muito alterado.

- P... Pau... lo... Ela sabe! Eu... Estou acabado. Minha vida acabou... - Falei gaguejando e tremendo muito.

Paulo me abraçou, e chorei como uma criança, abraçado a ele. Eu não queria demostrar fraqueza em frente ele, eu queria me manter forte, porém, aquela situação, não me dava escolha entre ser forte ou fraco, ela apenas estava acontecendo.

Eu conhecia muito bem minha mãe, eu sabia do que ela era capaz. Eu sempre a amei muito, porém, aquela intolerância, todo aquele preconceito, cegava ela de uma maneira, que não ela não pensava nas suas atitudes.

Ela não queria, reconhecer o filho dela como gay, e não queria que eu me relacionasse com algum homem. Ela diversas vezes havia falado, que eu tinha que namorar uma garota, para, parar de gostar de homens. Ela falava que, tudo não passava apenas de modinha. Não era questão de religião, nunca foi. Era apenas um ódio, que crescia descontroladamente em sua mente.

Eu sempre quis fugir de casa, nunca havia feito, por causa do meu pai, ele me apoiava, e diversas vezes, minha mãe havia descutido com ele, sobre minha sexualidade. Na minha casa, não podia ser dita essas duas palavras na mesma frase: gay e filho. Era um tabu.

Eu lutava contra eu mesmo, pra não me apaixonar por algum garoto. Era uma espécie de medo, que inexplicavelmente assombrava minha mente. Porém quando eu e Paulo ficamos mais próximos, aquele medo apenas tinha sumido. Eu não tinha medo da minha mãe, eu não tinha medo de como o mundo, ia nos aceitar. Eu queria apenas estar ao lado dele.

- Não importa Guilherme! Eu estarei aqui com você. Eu sei que estamos juntos não faz nem 24:00 horas. Mas eu nunca tive tanta certeza de algo, em toda minha vida, como eu tenho ao seu lado. - falou ele muito confiante, enquanto estávamos abraçados.

Após alguns minutos, eu e Paulo fomos dormir. Aquela situação, havia sugado todas as nossas forças. Porém, dormindo nos braços dele, eu me sentia seguro, eu queria apenas ficar ali com ele.

No dia seguinte, eu tinha acordado cedo, não me sentia muito bem, estava com muita dor de cabeça. Me levantei, e deixei Paulo dormindo.

Era umas 5:45. Eu iria trabalhar, naquele dia, então fui tomar banho. Troquei de roupa, e fui preparar o café da manhã.

Queria fingir que nada, do que minha mãe havia falado era real, porém, óbvio que não ia funcionar. Era umas 6:20 da manhã, quando recebi a ligação do meu pai. Meu coração ficou feliz em ver o número dele.

- ... Pai! Oi...- falei quase com um tom de choro.

- Oi, filho... Olha sua mãe e eu... Discutimos muito ontem, sobre o que estaria acontecendo entre você, e o ex namorado da irmã de Priscilla. Seu irmão falou sobre o fato dele ter dormido, na sua cama. E eu achei normal, porém, sua mãe mudou logo de expressão, quando escutou isso.
E pra piorar, Priscilla... Contou sobre Paulo, ter terminado com a irmã dela, por sua causa.- falou meu pai, calmamente.

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