• Uno

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Narrador POV

O dia amanhecera mais frio. Já passava das 11 da manhã, quando Camila Cabello finalmente acordou. A madrugada havia sido de doer e as cobertas remendadas já não estavam mais dando conta de toda a friagem. Ela estava em um dos becos da agitada Nova York e ansiava por um prato de comida.

A jovem latina tem um apetite insaciável. Uma vez ganhou uma refeição de um senhor que passava pela rua e gentilmente cedeu uma marmita que havia pedido em um restaurante ali perto. Camila estava tão faminta que acabou com todo o alimento em poucos minutos. Ela nunca havia se sentido tão feliz como naquele dia, desde que havia se tornado moradora de rua.

Um fato sobre Camila Cabello: apesar do jeito tímido, ela não poupa papas na língua. Diz o que quer, na hora em que sentir vontade, doa à quem doer. Desde criança foi assim, impulsiva. O assunto de família acaba por ser um tema delicado na vida da garota, que evita ao máximo falar sobre.

Outro fato? Camila não estava sozinha. Havia conhecido uma garota chamada Dinah Jane, ou simplesmente DJ. Se conheceram há apenas alguns meses, mas acabaram virando grandes amigas. É uma bela loira, de olhar marcante, curvas acentuadas e alta. Possui humor ácido e língua afiada. Camila era mais baixa que a amiga, o que acabava sempre por se tornar alvo de brincadeiras por parte da loira. Dinah trabalha em uma papelaria e vive na casa de um amigo. Ela já havia tentado tirar Camila da rua, mas a latina sempre acabava negando ajuda.

— Aqui é o meu lugar! Posso morar na rua, mas sou "ajeitadinha". — Camila se defende e sua amiga começa a rir.

— Você é um sarro, garota! — Dinah a empurra pelos ombros. — Ainda não tomou banho?

— Dinah, ainda são 11:30 da manhã. Preciso acordar primeiro!

— É mesmo? Então talvez eu esteja falando com um poste? — A loira acaba ganhando um olhar feio da menor, que tenta lhe acertar algumas pedradas na perna. — Meu Deus, tu acorda pior do que eu! Eu tenho que ir trabalhar... promete que vai ficar bem? — As duas haviam construído uma linda amizade, no qual uma estava ali pela outra e nada poderia quebrar isso.

— Vou tentar. Vai que me dão uma gorjeta legal hoje.

— Vai cantar? Não vai estragar os tímpanos das pessoas, eu te imploro! — Camila lança um olhar furioso à loira, que continua rindo e ergue as mãos. — Ok, parei. Tô brincando, você tem una linda voz, garota.

— Eu sei. — Camila sorri, convencida. — Agora vai logo, antes que se atrase.

— É mesmo. Tchau, bunduda! — Joga um beijo no ar e a latina não evita de rir.

(...)

Bem perto dali, havia uma cafeteria pertencente à família Jauregui. Clara, mãe de Lauren, havia aberto o negócio há três anos e agora, mais do que nunca, estava a todo vapor. Sua filha havia assumido o negócio, algo que a deixava muito tranquila, pois a morena é uma garota muito responsável.

Acima do local, havia a casa de Lauren, um local pequeno, mas muito aconchegante. Ela achou melhor morar ali, por conta da facilidade. A morena estava estudando para poder entrar no curso de música da Universidade de Juliard. Só não tentou antes, porque ela teve algumas turbulências que atrasaram a sua vida. Mas Lauren estava feliz e tinha apoio dos pais na busca dos seus sonhos. Mas algo ainda faltava... só não sabia explicar o quê.

Enquanto acordava, fez a sua higiene matinal e desceu para preparar o café. Hoje abriria só à partir das 14:00. Desceu as escadas e preparou um café forte para poder acordar de uma noite mal dormida e se esticou em uma das poltronas da cafeteria. Observava o local com a maior calma do mundo, enquanto sorveu o seu café. Lauren estava com uma sensação estranha naquela manhã, como seu peito estivesse em festa. Ela ligava muito para a sua intuição, já que quase não falhava. Após tomar o conteúdo da sua xícara, resolveu sair um pouco, andando sem rumo.

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