• Diez

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Lauren POV

Camila já havia voltado para a nossa casa. Já estávamos há alguns dias aproveitando da companhia uma da outra, além de estudarmos juntas. Percebi que ela tem muita facilidade para teoria musical, ao contrário de mim, que demoro um pouco mais para poder aprender.

— Lolo, você errou a fórmula de compasso aqui, é um 4/4, não 2/4. — Apontou para a partitura e eu suspirei.

— Ah, droga. Pelo menos vai ser mais fácil de consertar, só mudar a barra de compasso.

— Exatamente, minha jovem aprendiz. — Ela falou com uma voz fofa e me deu um selinho.

— Hmmm, com um incentivo desses fica ainda mais fácil aprender. — Aponto para a minha boca e ela ri, antes de começar a distribuir mais selinhos. A puxei para mais perto de mim e ela negou com a cabeça.

— Nada disso, vamos terminar de estudar.

— Mas eu quero você... — Sorrio de forma sugestiva e ganho um tapa no braço. — Ouch!

— Você só pensa nisso? — Ela começa a corar, o que achei uma graça. A verdade é que nunca havíamos "avançado o sinal", ficávamos numa troca de carícias e amassos, mas nada além disso.

— Claro que não. Mas agora estou começando a pensar... e que cena maravilhosa está vindo à minha mente. — Mordo o lábio, fazendo uma cara de excitada, só para provocá-la. Ela entreabre a boca, um pouco chocada.

— Lauren! Vou cortar os seus dedos!

— Se cortar, você vai perder toda a diversão, babe. Apesar de eu ser muito boa com a língua também. — Pisco e vejo o seu rosto ainda mais corado. Ela se levanta e pega a garrafa d'água que estava em cima do frigobar. — Isso, apaga o fogo.

— Lauren! Não provoca. — Bebeu o conteúdo da garrafa com certa raiva e voltou para sentar ao meu lado.

— É brincadeira. — Afastei uma mecha que caía sobre o seu rosto e sorri ao notar o quanto Camila ficava mais linda com o passar dos dias. Não sei o que tem nela, é uma mistura de menina/mulher que acaba me deixando extasiada.

— Sei. — Fez bico e continuou a escrever sua partitura. Estávamos trabalhando com composições e havíamos criado a nossa primeira canção, só faltava um nome para ela.

— Sabe... estou muito contente da nossa parceria. Tanto no meio musical, quanto no quesito nós. — Confessei e abaixei o meu rosto, pois eu estava começando a corar.

— Explique melhor o quesito nós, Jauregui. — Dava para ouvir o tom divertido na sua voz e fiz esforço para não encará-la, fingindo ler sobre intervalos justos, maiores e menores. — Ah... e olhe para mim. Eu sei que você não está lendo de verdade. — Hein? Como ela sabia disso? Você é bruxa, Camila?

— C-como? — Me virei para encará-la, um pouco sem reação.

— Você me ouviu. — Acariciou a minha bochecha com o dorso da sua mão, enquanto olhava para cada parte do meu rosto, praticamente o admirando.

— E-eu realmente tirei a sorte grande ao te conhecer. — Tomei um pouco de ar e fechei os olhos ao continuar sentindo a sua carícia. — Engraçado como mesmo de olhos fechados meu corpo reage à cada toque seu, como se ele já soubesse que pertence à você. Amo a sua companhia, o seu jeitinho ácido e fofo ao mesmo tempo. Simplesmente amo o quanto nós somos interligadas, com uma sincronicidade sem igual. — Volto a abrir os olhos e fixo o meu olhar no dela. — Céus, esses olhos castanhos chocolate são a minha perdição, tão expressivos e intensos. Seu nariz arrebitado é a coisa mais fofa do mundo. Seus lábios carnudos e vermelhos são deliciosos. — A vejo corar e arranco um selinho demorado. — Realmente deliciosos. Tão macios e que parecem feitos para se encaixarem nos meus. Não tem como negar que nós somos uma dupla e tanto, Camz. É algo que já está escrito... não tenho como provar isso, mas sinto que nossa história está só começando.

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