CAPITULO 6 - SEU TOQUE

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Ficamos de frente um para o outro.

Nossos olhares estão conectados, nossas respirações estão próximas sua mãos sobem para o meu rosto e ele aproxima nossas bocas e quando sinto seus lábios tocar os meus meu celular toca e nos afastamos.

Droga!

Olho perdidapra Christian que me olha sem graça.

- Atende!

- Alô!

- Oi amor!

Sua voz me causa náuseas.

- O que você quer?

Me afasto de Christian não quero que ele ou qualquer outra pessoa me ouça.

- Isso é jeito de falar com o seu futuro marido.

- Diz logo o que você quer.

Suprimo a vontade de chorar.

- Só liguei para saber como a minha noiva está.

- Estando longe de você, estou ótima.

- Não diz isso amor, você sabe que depende de mim só de mim a vida da sua família.

- Por favor, não faça nada a eles.

Explodo em lágrimas.

- Eu me casarei com você.

- Eu sei que sim.

Ouço passos e me desespero.

- Preciso desligar.

Não espero ele responder e desligo.

- Ana está tudo bem?

Sinto as mãos de Christian em meu ombro e por impulso me jogo em seus braços e me entrego ao choro.

- Ana...

Seu abraço e forte e ao mesmo tempo terno e acolhedor.

aos poucos vou me acalmando e sinto seu abraço se afrouxar.

- Está melhor?

- Sim...

Seco minhas lágrimas e me afasto dele.

Como eu posso me sentir tão seguro com estranho?

Fecho meus olhos e solto o ar que prendia, sinto uma das mãos de Christian em volta da minha cintura e a outra em minha face.

Seus lábios tocam os meus, um beijo calmo e sexy, sua língua pede passagem e eu dou, eu tento me afastar, mas meu corpo não responde, eu estou entregue ao seu beijo como nunca antes havia ficado.

- Precisamos voltar amanhã o dia será longo. 

Me afasto e corro em direção ao acampamento. 

Os dias estavam passando rápido de mais e em menos de uma semana estrei de volta em casa, e terei que encarar meu destino.

Desde o beijo Christian e eu temos nos visto com mais frequência, tivemos nossa primeira vez juntos e mesmo que isso que estamos tendo não vá para frente eu preciso disso, eu preciso me permitir ser feliz mesmo com prazo determinado.

- Ana...

Kate entra correndo no meu consultório improvisado. 

- Ana...

- O que foi Kate?

- O bebe de Zara está nascendo. 

Pego meu jaleco e corro atras de Kate até onde deixaram Zara. 

- Onde está Ethan? 

- Vindo?

Olho para Kate que está com aquela cara de quem não tem muita certeza do que diz.

- Eu mato ele...

Chego até o corredor do ambulatório improvisado e encontro Zara deitada na cama sem ninguém ao seu lado.

- Zara....

Me aproximo e ela parece cansada.

- Dr. Ana!

Sua expressão se suaviza. 

- Chegou a hora de conhecermos esse bebe lindo. 

Acaricio sua barriga e sinto um chute.

- Ele está feliz em ouvir sua voz. 

Sorrio de volta a Zara. 

- Kate, prepara a sala de emergência, vamos ligar o soro e monitorar as contrações, e rezar para que não seja necessário uma cesárea. 

Olho em volta e vejo José.

- José...

- Oi.

- Faça companhia a Zara, preciso achar Ethan.

Corro pra fora do ambulatório e só há um lugar que Ethan possa estar.

Caminho pelas ruas de terra e chego ao  ambulatório desativado, e conforme vou me aproximando minhas suspeitas se confirma.

- Ethan!

Grito ao abrir a porta principal e ver suas roupas e de Mia espalhadas pelo chão.

- Ethan!

Grito novamente e esculto sua voz ao fundo.

- Merda!

Ethan sai de uma das salas enrolado em um lençol.

- Vista-se logo, estamos com uma emergência.

Entrego suas roupas e o empurro para dentro da sala e fecho a porta.

- O que está havendo que não pode esperar eu chegar lá, precisa vir atrás de mim?

Ethan sai furioso da sala.

- Zara está em trabalho de parto, sua barriga está alta e dura, não dava pra esperar você chegar 

De furioso a preocupado, essa foi a primeira vez que vi Ethan profissional. 

- Mia vamos logo!

Ethan grita e saímos correndo.

Enquanto corria em direção a estrada Ethan correu para trás da casa.

- Ethan, vamos!

- Ele foi pegar o carro.

Mia saiu de dentro da casa arrumando seus saltos e jaleco. 

Passamos a tarde toda acompanhando Zara, o trabalho de parto não evoluía e uma cesárea nas condições que tínhamos era óbito na certa.  

- Merda!

- Ethan precisamos operar.

Mia entra na sala.

- Urgente.

- Ana.

O olhar de desespero de Ethan pra mim  me apavora.

- Onde está Dr. Makeda?

- Ele viajou ontem a tarde.

-  E agora?

- O hospital.

Olho para Mia.

- Precisamos levar Zara para o hospital agora, lá temos tudo que precisamos.

- Sem a autorização do Dr. Makeda não podemos leva-la. 

- Que se foda Dr. Makeda. 

Saio pisando duro de dentro do ambulatório e vou atrás de Liz 

Entro no acampamento e vou em direção ao quarto de Elena, assim que me aproximo da porta que estra entre aberta e vejo Christian e Liz se beijando. 


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