Capítulo VI

151 10 2
                                    

Perto de Vitor estavam, Felipe, um homem e uma mulher mais velhos, supus que fossem seus pais, eu estava morrendo de vergonha, eu nem tinha me arrumado tanto assim, eu ia conhecer os pais do homem que eu gosto, isso me dava um certo medo, afinal nem namorados nós eramos ainda, e só tínhamos ficado uma vez. Eu estava á uns 7 metros deles, e Felipe me viu chegando e gritou meu nome, eu acenei e agradeci mentalmente, pelo menos eu não ia chegar como uma intrusa até eles. Vitor estava mais próximo de mim, então o cumprimentei primeiro com um abraço, logo depois Felipe e os pais deles.

- Mae, pai essa é a Maria- Vítor disse, ele estava corado, acho que não era só eu que estava nervosa.

- Prazer em conhece-la, eu sou o Roger- disse o homem com um sorriso no rosto.

- Então você é a famosa Maria?!- a mulher disse e Vítor ficou mais vermelho ainda- Prazer, eu sou a Rosana. Vitor falou muito de você.

- Você nem imagina o quanto- disse Felipe dando um empurrãozinho no irmão.

- O prazer é todo meu em conhecer vocês- tomei fôlego, e pra não demonstrar mais do já parecia que eu estava nervosa e sem assunto, eu continuei:
- Então você falou de mim para os seus pais?

- Não se preocupe, eu disse só coisas boas- todo mundo riu.

- Eu sei que a conversa está boa, mas aqui atrás do palco não é um lugar muito confortável, que tal irmos para o restaurante ali da esquina?- sugeriu Roger.

Fomos andando até o local, que ficava perto da praça, eles eram muito animados, os pais de Vitor não pararam de falar nem um minuto, chegamos no local que não era longe, o garçon juntou duas mesas já que estávamos em 5 pessoas, eu sentei ao lado de Vitor, o pedido foi o de sempre, que eu não imaginava o que era.

- Então Maria, o que você achou da apresentação?- Roger disse, exibindo o filho talentoso que tem- Ele toca muito bem, não é mesmo?

- Verdade, você manda muito bem, sua apresentação foi fantástica eu amei de verdade - eu disse pra Vitor.

- Obrigado Maria, você é muito gentil- ele disse sorrindo pra mim- E pai, não precisa ficar me esbanjando para as pessoas. E a propósito, Maria canta muito bem, não é mesmo Felipe?

- É verdade, você cantou muito bem aquele dia no bar, diferente de nós- ele disse se referindo a destruição sonora que eles proporcionaram, na sexta feira, diferente do que Vitor fez hoje tocando. Como pode, Vítor tocar tão bem e cantar tão mal?

- A vocês estão brincando, eu não canto bem, e eu não estava sóbria, nem vocês.... Hmm... Eu não canto bem.

-Eu aposto que você canta sim- Rosana disse com aquele sorriso doce.

A comida chegou, eu não sei o que era aquilo, até porque nem cozinhar eu sei, muito menos desvendar as comidas dos restaurantes, mas era delicioso.
Roger e Rosana não paravam de falar, o que era ótimo, porque eu estava completamente sem assunto. A mulher me mostrou uma foto que tinha de Vitor quando criança em seu celular, ele estava só de cueca, devia ter uns 4 anos, era uma criança muito fofinha, com umas bochechas bem grandes.

- Você era a coisa mais Lindinha- eu disse para Vítor.

- Mãe, você não está mostrando meu seminude pra ela, está?- a mulher só riu.

- Ela mostrou essa foto para nossa vizinha, a mulher falou disso dois meses seguidos, todos os dias, não parava de me chamar de "bochechas" - Vítor disse quase cochichando, fingindo que fosse um segredo.

A mulher me mostrou outra foto, essa era de Felipe e Vítor em cima de um cavalinho de brinquedo, Vítor estava na garupa no cavalo, e Felipe com um chapéu enorme.

- Ei, por que vocês estão mostrando fotos minhas, vocês tem que envergonhar o Vítor, não a mim- disse Felipe, fingindo estar indignado, todos rimos.

- Você sabia que o Vítor quebrou o braço 3 vezes? Ele não parava enquando não batesse a testa na parede- ela disse rindo

- Eu deveria entrar para o guines, por pessoa que bateu mais vezes com a testa na parede- ele disse eu eu ri- Acredite, não enxergar quando você é uma criança super ativa, te faz ter vários hematomas.

- Eu quebrei meu braço uma vez também, meu irmão estava me ensinando a andar de bicicleta, ai eu dei de cara com uma descida, não soube apertar o freio, me esborrachei no chão, meu irmão ficou desesperado, afinal ele só tinha 9 anos- eu disse, lembrando que Guto quase teve um Treco, achando que eu tinha me quebrado toda e que a culpa tinha sido dele.

- Tô ganhando de você em quebras de braço - Vítor disse.
- Maria fez natação no mesmo lugar que eu, sabiam?- Vítor falou, todo animado.

- Que legal querida, você não faz mais por quê? - disse a mãe de Vítor toda curiosa.

- A eu parei, não estava mais tão animada com aquilo, foi na mesma época que eu sai do coral da escola- eu disse, explicando.

- Espera ai, você cantava na escola?- Vítor disse todo curioso.

- Eu cantava sim, mas sai, achei que não estava indo bem, resolvi sair- eu disse.

- Nós avisamos que ela canta bem- disse Felipe olhando para seus pais.

- Okay, vocês não vão chegar a um acordo, que tal você ir no churrasco mensal lá em casa no final de semana, sempre montamos um karaokê, ai veremos se você canta mal como diz, o que você acha?- disse Roger, todo eufórico.

- Venha querida, é muito legal, você vai gostar, pode trazer alguns amigos seus também- Rosana era muito gentil.

- Okay, vocês me convenceram- nem pensei muito, afinal Vítor vai estar lá.

Conversamos mais um pouco sobre tudo e nada e chegou a hora da sobremesa, uma torta de frutas.

- Vocês precisam ir tomar o sorvete da Dona Nilce- Vítor disse todo empolgado - Maria me apresentou aquilo, e agora eu sou uma nova pessoa, aquilo é divino.

- É a sorveteria do outro lado dá praça?- Roger disse, com uma cara de que aquilo fosse uma conversa muito importante.

- É sim- eu disse.

- Vamos lá, afinal já terminamos aqui, e eu não estou cheio, vocês estão?- o homem disse.

Fomos até lá, e claro que eu pedi o de sempre, aquela familia suspirou em sincronia quando tomaram aquilo, eu fiquei observando eles, eram muito alegres, eu já não estava mais com vergonha nenhuma, erguemos nossas taças, Felipe pondo o braço de Vítor na posição certa e brindamos com sorvete.
Já estava tarde, 23:00 horas, e eles fizeram questão de me levar embora, paramos em frente a minha casa, eu ia saindo, e Vítor saiu junto comigo.

- Foi uma ótima noite, não acha?- ele disse, de frente pra mim.

- Foi muito bom, seus pais são incríveis, e a propósito, você toca muito bem, eu amei sua apresentação, queria te ouvir tocar de novo.

- E você vai- ele disse pondo sua mão direita em meu braço, eu me arrepiei, ele subiu sua mão até o lado esquerdo do meu rosto, colocou meus fios de cabelo atrás da orelha, seus dedos encontraram meus lábios e ele me beijou, foi só um selinho, já que seus pais estavam dentro do carro, e precisavam ir embora, mas mesmo aquele pequeno beijo já me fez transcender, ele segurou minha mão, e disse:
- Nos vemos em breve.
Entrou no carro, todos me deram tchau e eu entrei em casa, subi para o meu quarto, e adormeci com o sorriso que Vitor me proporcionara.

O amor em seus olhos Onde histórias criam vida. Descubra agora