Capítulo III

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Era uma mensagem de audio, o que fez com que meu coração batesse mais forte ainda. Eu já adorava a voz dele.

Vitor:" Oi, voltei! Como foi seu dia?"

Mandei uma mensagem de audio também.

Maria:" Fora a ressaca de hoje mais cedo, foi um dia muito bom, e o seu?"

Vitor:" Nem me fale em ressaca! Meu dia foi bom também, não foi como os outros, porque eu falei com você, então foi muito bom"

Me arrepiei, se eu tivesse lido aquilo, talvez não surtisse o mesmo efeito do que ouvir, a voz dele era rouca, aquilo me deixava toda, toda .... Não sei explicar.

Maria:" Obrigado, meu dia também foi muito melhor por ter falado com você "
Ele mandou uma mensagem de texto de novo, acho que ficou com vergonha de mandar audio. O que eu entendo, eu tenho mais facilidade em falar por menagem do que por audio também.

Vitor:"Acho que deveríamos nos encontrar"

"Aaaaaaaaaah", eu gritava por dentro.

Maria:" Eu tenho certeza disso"

Vítor:" Então vamos marcar você pode sair amanhã "

Eles estava escrevendo sem pontuação de novo, então deduzi que aquilo seria uma pergunta.

Maria:" Sim, pode ser as sete, no coreto da praça?"

Vitor:" Tudo bem então"

Maria:" Mal posso esperar, para que amanheça rápido"

Ela mandou um audio de novo.

Vitor:" Maria, eu não sei como te dizer bem isso, mas eu sou diferente de muitas pessoas, digo, acho que você não percebeu ontem, espero que ... hmm... eu não te decepcione, eu vou dormir agora boa noite, estou muito ansioso para amanhã!"

Respondi com um áudio também.

Maria:" Você não vai me decepcionar. Boa noite, beijos!"

Fiquei bem curiosa, qual seria a diferença dele?! Realmente eu não percebi nada diferente ontem, além dos óculos, Emfim, não me importa, ele parece ser um cara legal, não vou ligar para sua diferença tanto misteriosa.

Acordei, tomei o café da manha, Guto já tinha chegado, pois sua moto estava na garagem, deve ter tido uma noite e tanto, já que ainda não tinha se levantado. Minha mãe estava vendo algo no notebook, no sofá da sala, deve ser coisa do trabalho. Eu estava muito eufórica, e curiosa, já que Vitor quer me matar com aquele suspense todo.

Peguei meu celular e liguei para Amara.
- Vou sair com Vitor hoje a noite!- eu disse bem entusiasmada.
- Não brinca?! Caralho!- ela disse com supresa.
- Não estou brincando, e ele disse que é diferente, e mais outras coisas, que não entendi direito, mas foda-se, eu vou se encontrar com ele hoje a noite, to ansiosa.
- Olha a boca filha!- gritou mamãe lá da sala.
- Realmente esse papo de "diferença" não importa, beije muito ele, por mim- disse ela, como sempre sendo brincalhona.
- Okay, mas não vou beijar por você, claro!
-Tudo bem então, chata! Mas beije muito ele.
- Okay. Vou desligar o celular, tchau!- eu disse, encerrando a conversa.

Coloquei meu celular em cima da mesa, Guto apareceu todo sorridente, to vendo que se tratando dos filhos dos meus pais, o sorriso bobos estava bem frequente nesses últimos dias.

- Usou camisinha ?!- Eu perguntei, jogando um pedacinho de pão em Guto.

- Isso lá é pergunta que se faça para seu irmão mais velho, Mari ?- ele disse, retribuindo o pedacinho de pão- Sim usei.

- Esse é meu garoto!- Gritou mamãe lá da sala.

- O que está havendo com ela?- Guto disse, apontando para mamãe.

- Não sei, e espero que continue assim- Eu disse, já saindo da cozinha, peguei minha mochila, e fui para o ponto de ônibus, eu ia almoçar com meu pai, cheguei lá, meu velho estava com seu radio ligado, tocava Total eclipse of the heart, que Bad, mas pelo menos ele não deixou de ouvir musicas boas. Ele estava fazendo o almoço.

- Oi filha, bom dia!- disse ele, com um sorriso no rosto, nem parecia que estava sofrendo por amor (apesar da música). Acho que ele estava fazendo jus ao nosso lema sobre sorrisos, isso era maravilhoso.

- Bom dia pai! O que vai ter para o almoço?

Ele desligou o som.

- Arroz de forno, e salada de abóbora.

Meu pai era um ótimo cozinheiro, Mamãe e Guto também, acho que eu fui a única que não nasceu com talento para cozinhar.
Fui pra cozinha, fiz o suco, para ajudar meu pai, pois isso eu sabia fazer.
Nos sentamos a mesa e nos servimos.

- Vejo que você está bem feliz hoje, Mari, quem é o cara?- Meu pai disse, antes de tomar um gole de suco.

- Meu Deus pai, até você?! está tão nítido assim, que eu estou afim de alguém?

- Claro, esse sorriso bobo só quer dizer uma coisa. Eu já fui jovem Mari.

- Ta bom, o nome dele é Vitor, vamos ter um encontro hoje.

- Juízo menina!

- O senhor sabe que eu tenho.

Mu pai comeu um bocado grande de sua comida, e saboreou, ele sabe que cozinha maravilhosamente bem.

- Filha, eu sei que eu fico enchendo seu saco, e isso deve ser muito irritante, mas você precisa me ajudar com sua mãe....

- Pai, você já sabe, conversa com ela, escuta o que to te dizendo, ela vai te ouvir, não precisa ter medo.

- Será filha...

- Olha pai, o senhor é o homem mais corajoso que que eu conheço, conversa com ela.

Ele me olhou com gratidão, e sorriu.

- Okay filha, vou falar com ela.

Terminamos o almoço, e fomos para a sala, seu apartamento era pequeno, somente cozinha, sala, quarto e banheiro, não como a casa de Amara, que eram somente cozinha quarto e banheiro. Assistimos um filme juntos, jogamos xadrez, lavei a louça. Já estava na hora de eu ir pra casa. Me despedi de meu pai, e mais uma vez disse para ele ter coragem, eu tenho certeza que minha mãe ia ouvi-lo.

Eu não parava de pensar em Vitor, a cada vez que eu não estava conversando com alguém, ele aparecia na minha mente... Mari, você esta se apaixonando, sem ao menos conhece-lo... dane-se ele era gentil, lindo, com certeza eu ia me apaixonar, a não ser que ele fosse um cafajeste nato, o que tenho certeza que não era. Cheguei em casa, tomei banho. Resolvi vestir um short jeans, uma camiseta do Iron Maiden como referência da noite da festa, meu all star estilo botinha, na cor preta. Fiz uma maquiagem bonita, fiquei em duvida entre passar ou não batom, optei por não passar, porque eu pretendia beijar seus lábios. Arrumei o cabelo, do jeito mais bonito que eu sabia. Me olhei no espelho, e estava linda, eu não costumo me arrumar muito, mas para Vítor, eu queria estar maravilhosa. Eram 18:30 na hora que entrei no ônibus, eu ia chegar pelo menos cinco minutos atrasada, eu estava tão eufórica e desesperada, meu coração estava quase saindo pela boca.... Sera que ele vai gostar de mim? Sera que vai me achar bonita? Sera que vai gostar dos meus óculos? Por que alguém lindo como ele ia me querer?.... "Calma Mari, vai dar tudo certo " eu dizia para o meu eu interior.

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