O coração de um Cowboy

Capítulo 1 - O coração de um cowboy

A manhã estava quente e o calor não parecia diminuir por nada enquanto Kim Jongin caminhava pensativo por suas propriedades, cuidando de tudo que conquistou durante todos esses duros anos.

Começara cedo como um simples peão, trabalhando em ranchos com seu pai bem antes de ter condições para comprar um e criar gado. Jongin era o filho único do fazendeiro e solteiro por hobby. Levava uma vida modesta com algumas cabeças de gado. Aceitava qualquer emprego como vaqueiro e em seu tempo livre era um cowboy campeão, com fivelas no cinto e alma tão vasta e selvagem como o céu.

O Cowboy era o sucesso local, devido a sua volta por cima de garoto do campo pobre para um jovem empreendedor rico. E apesar de não ser como antes, sua vida ainda era simples e resumida em problemas com o gado, peões, e as finanças da fazenda na maior parte do dia. O dinheiro não mudou em nada a sua personalidade humilde, bondosa e quente. O moreno importava-se e mantinha como prioridade apenas as duas coisas que amava na vida: rodeios e cuidar de seu pai, crescendo juntos.

No entanto, Jongin havia percorrido um longo caminho até a chegar a prosperidade pois possuía um diferencial dos outros: uma vontade interna de mostrar a àqueles que o humilharam que não era um garoto do campo burro e caipira. Ele era o melhor.

O moreno de 25 anos, alto, de cabelos negros e musculatura viril, animado e cheio de energia era marcado por um breve romance adolescente que quase tinha acabado em tragédia por culpa do desejo irrefreável que tinha sentido pelo garoto em questão, tendo assim sua motivação: Vingança.

Do Kyungsoo...

10 anos atrás

Jongin nunca se sentiu tão excluído como na escola Particular de Kansasville para jovens de classe alta, no entanto, não poderia desperdiçar a grande oportunidade que seu pai havia se esforçado tanto para lhe dá, ficando até endividado para que estivesse ali.

Com clima áspero e nada confortável, não demorou para o moreno tivesse a fama de briguento por ali somente porque saía em defesa dos mais indefesos, pois quando se enfurecia não tinha consciência de sua própria força acabando na diretoria por isso. Sempre taxado com o caipira bruto, ignorante e sem educação. Até que o encontrou...

Ele era tudo que Jongin sempre desejou na primeira vez que o viu lendo debaixo de uma árvore, quando seus olhos se cruzaram magneticamente e a conexão entre eles foi intensa. Não demorou também para que soubesse seu nome.

Do Kyungsoo... Um nome tão refinado como o próprio dono de pele clara, cabelos castanhos, lisos, e de uns olhos negros tão grandes que lhe faziam parecer uma corujinha do tipo que não dá pra parar de olhar, pois quando o menor olhava de volta com aqueles olhos, qualquer cowboy via na hora que não tem a menor chance.

Já não bastava parecer um príncipe dos contos de fada, Kyungsoo ainda tinha que ser o garoto mais rico da região que não chegava nem perto da família pequena de Jongin. Os pais de Kyungsoo respiravam dinheiro e diamantes simplesmente.

Mas para a surpresa do cowboy, o pequeno garoto também sentiu o mesmo. A mesma atração desenfreada, a mesma palpitação no coração todas as vezes em que estavam perto um do outro, por acaso e, também a mesma sensação profunda quando trocavam olhares que pareciam durar uma eternidade.

Então, não custou muito para que os dois ficassem juntos. A obsessão por Kyungsoo tinha chegado a tal ponto que para Jongin não havia mais ninguém no mundo além de seu pequeno. Não se importava se era pobre ou se não tinha coisas superficiais, o moreno só o queria por perto, visitando frequentemente as propriedades da Família Do com a ideia de que ao vê-lo com mais frequência talvez se fixasse nele de uma vez.

Entretanto, os pais do menor, não aceitaram quando o cowboy por ingenuidade pediu a permissão para namorar com o filho oficialmente. Naquele dia, Jongin nunca foi tão humilhado na vida. As palavras da senhora Do rasgaram-lhe qualquer dignidade que tinha, deixando claro que era impossível seu filho namorar um pobre peão.

Depois de tudo, Kyungsoo começou a evitá-lo, fugindo de si, e deixando o moreno completamente devastado.

Semanas e semanas se passaram, quando Jongin ouviu o boato que a família Do ia mudar pra cidade grande enchendo seu coração de tristeza o suficiente para tentar fazer o último ato desesperado e tolo.

- Soo... Por favor... - O jovem cowboy estava com lágrimas nos olhos, na frente de Kyungsoo que mantinha uma frieza incalculável.

- Pessoas como eu não ficam com pessoas como você, entenda... - Ele repetiu as mesmas palavras que a mãe lhe mandou e foi embora, sem olhar para trás e sem imaginar o quanto se arrependeria depois.

Ficou claro para Jongin, que para Kyungsoo, ele era apenas um típico menino do campo, mal educado e pobre, na qual ele nunca teve a intenção de ter um relacionamento sério... Mas o que ninguém sabia era que o mundo dava voltas, muitas voltas... E em uma delas tudo mudou.

Atualmente

Jongin deu um suspiro, levantando-se da grande poltrona e indo encarar o frio lá fora. Meditava algo em sua mente, concentrado, observando pela varanda a calma e pacata beleza natural daquele lugar. Havia anoitecido e o céu era tão cheio de estrelas. O ar cheirava a mato, e o som dos grilos lhe traziam paz. Ele amava tudo aquilo. Embora, não estivessem funcionando essa noite.

O cowboy mal pode acreditar que Do Kyungsoo havia voltado e com ele, as lembranças daquela época de sua vida, que não mexiam mais consigo. Pelo menos, ele se agarrava nisso, enquanto apenas por pensar em tê-lo por perto outra vez, despertava sentimentos que nem mesmo esse cowboy durão conseguia domar, sentindo-se vagamente perturbado com aquilo.

- Você vai ao leilão amanhã? - Ouviu uma voz perguntar ao seu lado, um de seus peões e também um grande amigo conforme o moreno assentiu que sim ainda perdido em pensamentos.

Tinha um interesse pessoal naquele leilão em particular. Já que a propriedade dos Do iria ser leiloada, e Jongin sentia que deveria ter uma sensação de triunfo ao ver o legado de Do Kyungsoo ir pelo ralo, depois que sua família anunciou falência há poucos meses.

Era o momento perfeito de mostrar como as coisas haviam mudado. E ele...

- Não perderia isso por nada...