Capítulo 5 - Eu conheço você?

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Passado

Kyungsoo não entendia a euforia de seus pais por um simples pedido de namoro. Seu coração se apavorou ainda mais quando sua mãe disse palavras cruéis e mortíferas para Jongin. E por mais que sua mente quisesse fazer algo, seu corpo continuava imerso.

Era nítido o desespero nos olhos do moreno, se mantendo imóvel e mal respirando.

— Você devia ter vergonha nessa sua cara, caipirinha. Deixe meu filho em paz e volte pra sua vida medíocre! Saia imediatamente e nunca mais volte! — Vociferou a senhora Do.

Depois que o jovem peão foi expulso de sua casa, Kyungsoo não sabia como reagir ao momento e sentiu uma enorme dor ao lembrar que viu o moreno sair de sua casa enxotado como um cachorro ou pior, como um lixo.

— Kyungsoo, meu filho você ficou maluco de trazer esse caipirinha pra nossa casa? Ou pior querer namorá-lo? — Silabou a mais velha com uma indignação que o menor não entendia.

Queria perguntá-la o que estava errado nisso. Mas a voz bruta e gélida do senhor Do, fez ele estremecer. O pai chamava-lhe ao seu escritório. E sua mãe o guiou, hesitante, para o local.

ChangSoo estava sentado atrás de uma imensa mesa, com uma expressão muito sombria e ordenou que se sentasse. Tremendo, obedeceu. Pois era tudo o que conseguia fazer. Não era capaz de falar. Nunca teve algum contato com ele, além de reclamações e "Bom dia, boa tarde e boa noite", e o mesmo nunca demonstrou interesse ou carinho por o filho.

— Você deve parar de ver esse garoto — Disse-lhe o pai. — Não fale dele novamente nesta casa. Entendeu? — Sua voz era autoritária e sem nenhuma emoção contida. — Não se junte com os porcos.

— Kim Jongin não é um porco e muito menos lixo para vocês o tratarem daquela maneira! Vocês não podem controlar quem eu amo, e eu não vou deixar de vê-lo! — Kyungsoo bradou enraivecido contra o pai. Todas aquelas palavras lhe saíram pela boca. Não foi capaz de contê-las.

O mais velho ergueu os olhos enfurecido pela atitude do primogênito.

— Você vai deixar de vê-lo sim, ou eu mesmo trato de jogar o lixo fora. — Ameaçou. Kyungsoo estremeceu pelo olhar mais furioso do pai.

— Eu o amo, pai... Por favor! — Mudou de abordagem na esperança que ele lhe entendesse.

Havia um monstro dentro de ChangSoo e o garoto não conseguiu impedi-lo de sair. Ele pegou-o pelo pequeno braço e jogou-o contra o chão, tirando seu cinto.

Os olhos do menor encheram de medo e pavor, sabia que seu pai se tornava violento quando com raiva, mas nunca havia presenciado.

— Você o que? Repete, Kyungsoo, repete... — Disse firmemente enquanto descansava a mão exausta de espancar as costas do menino.

Os criados correram quando ouviram os gritos estridentes, mas não conseguiram tocar a criança; todos tinham plena convicção de que o senhor Do estava possuído por demônios. Ficaram paralisados, congelados pelo horror, testemunhando o herdeiro dos Do sendo espancado. Nenhuma palavra de censura, nenhum som, além de gemidos e choro.

Marcas que ficariam para sempre em sua pele...



Atualmente


— Kim Jongin — Kyungsoo murmurou, batendo de leve o dedo indicador no seu queixo, enquanto repetia o seu nome. — Eu quero você. E estou acostumado a ter o que quero. — continuou, apontando agora para ele.

O coração de um CowboyOnde histórias criam vida. Descubra agora