Dois

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Alysa tentou deixar com que a segurança do astro lhe contagiasse enquanto estava caminhando ao seu lado, mas a cada passo que dava, sentia-se um pouco menor e intimidada. Sabia que nenhum olhar dirigido a eles se alongava mais do que seria comum, mas ainda assim ela se perguntava o que aconteceria se fossem descobertos.

Para seu alivio, isso não aconteceu.

Seus nervos a tinham feito ignorar novamente o latejar da sua cabeça e o formigamento que sua pele apresentava onde havia o contanto eminente com a de Tyler, no entanto, assim que chegaram ao estacionamento, todas as sensações lhe arrebataram com uma força muito mais intensa do que antes.

Queria sair correndo dali, mas ao invés disso, se viu parada. Fechou os olhos e respirou fundo algumas vezes, tentando se livrar da repentina tontura que lhe atingiu. Ouviu o barulho de algo caindo e em seguida sentiu mãos lhe segurando pelos ombros.

— Alysa, o que aconteceu? — ouviu Tyler perguntar, mas não conseguiu lhe dizer nada em resposta. — Você está me deixando preocupado. Fale comigo, por favor!

Ela conseguiu abrir os olhos novamente ao perceber o tom de desespero na voz do homem. Esperou que ele pudesse notar por sua expressão que estava tudo sobre controle, mas pela aflição encontrada nos olhos de Tyler, soube que não estava dando certo.

— Me dê só mais um minuto! — foi capaz de dizer então, e concentrou-se mais uma vez em sua respiração, desejando apenas ir para casa e tomar um remédio que pudesse lhe livrar da dor terrível em sua cabeça.

— Vou levar você ao hospital! — ele declarou, duvidando que ela pudesse melhorar sem alguma ajuda médica.

— Não precisa! Estou ótima. Só preciso de um táxi e irei para casa. — ela se esforçou para sorrir, na esperança de que isso pudesse o convencer.

— Nem pensar. Você bateu a cabeça e definitivamente não está bem. — ele rebateu, abaixando-se para pegar a sacola de roupas que havia deixado cair. — Você vem comigo e não se fala mais nisso!

— Você está exagerando! — ela argumentou enquanto o observava abrir a porta de trás de um sedan preto e jogar a sacola no banco.

— Alysa! — ele exclamou visivelmente sem paciência ao abrir a porta da frente do carro. Ergueu as sobrancelhas indicando que ela deveria entrar, sem fazer qualquer reclamação a mais e, cansada para iniciar uma discussão, ela se deu por vencida.

Seguiram para o hospital, envoltos em um silêncio que, para ela, se demonstrou irritante. Tantas pessoas andando por um shopping e por que ele tinha que ter esbarrado justamente nela? E por que depois que isso aconteceu, ele simplesmente não a deixou para trás e continuou a fugir sozinho?

Assim que estacionou o carro, Tyler pegou seu celular e procurou o número de seu melhor amigo que convenientemente, era médico. Ligou para Steven Mark certo de que ele poderia dar um jeito de atender Alysa, mesmo sem ter avisado com antecedência.

— Tyler! — ouviu, com alivio, a voz do amigo.

— Steven! Preciso de sua ajuda.

— O que você aprontou dessa vez? — a pergunta o fez revirar os olhos, deveria ter previsto o tom de acusação que lhe seria dirigido.

— Juro que dessa vez não fiz nada! — se defendeu, desejando que às vezes o amigo não fosse tão desconfiado. — Preciso que você examine uma... — ele fez uma pausa e observou Alysa sentada ao seu lado, sem saber ao certo que termo usar para se referir à garota. — fã. — concluiu por fim.

— Tudo bem. Traga ela direto para minha sala.

— Okay, obrigado, Steven.

Alysa possuía uma expressão indignada no rosto quando a ligação foi encerrada. Detestou o termo que ele usou para se designar a ela e estava decidida a deixar isso claro.

You're my girlOnde histórias criam vida. Descubra agora