ique Carvalho

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Eu só tenho um amor para oferecer.

    E, na maioria das vezes,

    esse amor é aquele que ninguém vê.

    Até que um dia uma garota resolveu mudar a história.

    Em vez de:

    “Não quero sofrer”,

    ela disse:

    “Prazer. E você, quem é?”.

    Eu sou aquele do primeiro beijo,

    do arrepio e do tremor no joelho.

    Que todos os dias vai acordar e enviar uma mensagem:

    “Bom dia”.

    Que todas as noites, antes de dormir, vai ligar e dizer:

    “Boa noite. Até amanhã”.

    Que vai esperar você secar o cabelo pra roubar um beijo.

    Que vai te abraçar, girar e tirar o seu ar.

    Eu sou aquele que vai andar de mãos dadas

    e ficar do lado de fora da calçada.

    Que está disposto a esperar a noite toda

    para beijar a sua boca e descer até a nuca.

    Arrepia, né?

    Eu sou aquele que vai pegar a sua mão pequena

    e te chamar pra dançar.

    No início, não vai dar muito certo. Sou tímido.

    Vou pisar no seu pé e abrir aquele sorriso meio bobo.

    Eu sou aquele que vai achar engraçado o seu tênis furado.

    Que vai dirigir por horas para te buscar na porta.

    E, claro, vou esperar do lado de fora do carro.

    Eu sou aquele que, depois da primeira vez,

    vai dançar com você em cima da cama

    ao som de Michael Bublé.

    Eu sou aquele que antes de ir embora

    vai fazer cafuné e esperar você dormir.

    Eu sou aquele que vai deitar na areia e contar as estrelas.

    Eu sou aquele que não precisa de hashtags

    ou anel para ser fiel.

    Sacanagem só na cama, tudo bem?

    Ah! Não levante.

    Só uma vez não é suficiente, ok?

    Eu sou aquele que vai te ligar no meio da tarde.

    Muitos acham isso bobo, mas sempre vou dizer

    “eu te amo” na frente dos outros.

    Eu sou aquele que vai te aceitar do jeito que você é.

    Ansiosa, apaixonada e um pouco desajeitada.

    “CARAMBA!”, ela disse.

    Eu perguntei: “O que foi?”.

    “Bom, isso tudo realmente vai acontecer?”, ela quis saber.

    “E se acontecer?”, respondi.

    “Duvido!”.

    “Um mês, eu dou um mês para você se tornar um idiota”,

    ela respondeu.

    “Ok”, eu falei.

    “Não! NÃO! Três meses!”, ela disse.

    “Ok.”

    “NÃAOOO!!!! PARA!! SEIS MESES!”, ela disse.

    “Ok.”

    Ela se inclinou e me beijou.

    Um ano se passou.

    Ontem ela sentou ao meu lado e disse:

    “Você fez tudo o que disse que iria fazer.

    Obrigada por me oferecer um amor que ninguém vê”.

    Ela suspirou.

    “Bem, esse amor não existiria

    se naquele dia você não tivesse dito sim.”

    “Eu quero mais um ano”, ela falou.

    “Não”, eu disse.

    “Sério?”, ela perguntou, boquiaberta.

    “Vem, chega mais perto”, falei baixinho.

    “Eu só tenho um amor para oferecer.

    E, entenda,

    esse amor é aquele que tem início mas não tem fim.”

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