ique Carvalho

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Hoje uma mulher perguntou:

     

    “Ique, qual é o problema dos homens?”.

     

    Ao tentar responder, me lembrei de uma história.

     

    Com 5 anos de idade,

    chutei o pé da cama e comecei a chorar.

    Meu tio gritou:

    “Para de chorar! Homem não chora”.

    Fui para o quarto e continuei a chorar.

     

    Com 13 anos, queria que a Ana Carolina gostasse de mim.

    Mas, nessa idade, as meninas não gostam de meninos

    como eu, que são empurrados dentro do lixo

    ou ganham apelidos tipo “Garrafinha”.

    Então, sem saber o que fazer,

    escrevi a minha primeira carta de amor,

    e deixei dentro do caderno da Ana Carolina.

    No final da aula, vi a carta amassada dentro do lixo.

    Meu amigo disse: “Meninas não gostam dessas bobagens”.

    Peguei a carta e fui para a casa e continuei a escrever.

     

    Com 18 anos, fui pela primeira vez a uma balada.

    Meu amigo disse:

    “Vamos pegar uma cerveja”.

    Fui até o bar e pedi uma Coca-Cola.

    Meus amigos se afastaram e começaram

    a ficar com várias mulheres, das quais eles não se

    lembraram do rosto algum tempo depois.

    Fiquei sozinho no canto da festa,

    olhando para uma garota.

    Meu amigo disse:

    “Vai buscar uma cerveja! Fique bêbado!”.

    Fui até o bar e pedi outra Coca-Cola.

    Na volta, parei ao lado da garota

    para quem eu estava olhando e disse:

    “O seu sorriso e o jeito como você dança são lindos.

    Não quero atrapalhar a sua noite, mas,

    uma vez ou outra, você pode olhar pra mim e sorrir?”.

    E voltei para o canto da festa.

    Nunca mais vou me esquecer daquele olhar,

    tão forte que ninguém pode se meter no meio.

    Nunca mais vou me esquecer daquele rosto

    ou daquele sorriso,

    enquanto tocava uma música que eu adorava.

    Nem do cheiro daquele cabelo.

    Nunca vou me esquecer das vezes

    em que ela olhou e sorriu.

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