Arte Incompreendida

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Ela estava cansada da sua arte
ser desvalorizada
e menosprezada
por toda a gente.

Então ela tomou uma decisão.
Não foi fácil.
Mas foi o que ela conseguiu fazer para sobreviver.

Ela estava cansada de tudo o que ela fazia,
tudo o que ela escrevia,
tudo o que ela desenhava
ser sempre riscado
e apagado pelas outras pessoas.

Tudo o que ela fazia estava sempre errado.
Ela nunca se encaixa nos padrões.
E isso a magoava.

Ela cansou-se
de ser um alvo
e então passou a ser um dardo.

Ela melhorou a sua arte,
e começou a expo-la.

Foi novamente vítima desta.
E mais uma vez fora julgada.

Exausta de tanto tentar
e de tanto falhar,
ela começou a fazer arte de uma forma diferente.
Ela passou a usar o seu corpo como tela das suas obras-primas.
O pincel foi substituído por um objeto sem identificação possível.
E a tinta? A tinta era especial.
A tinta vinha de dentro dela.

E quanto mais ela escrevia,
quanto mais ela desenhava,
mais tinta nascia.

Ela não gostava de o fazer,
mas foi a forma que ela arranjou
para não sentir demais.

Foi a maneira que ela viu
para se refugiar.

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