12 - Declarações

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- Por favor, o que, Iza? - Sussurro sem me mexer. - Por favor, se afasta ou por favor, siga em frente?

Ela respira fundo e fecha os olhos, entendo como um convite para seguir em frente, mas ela vira o rosto e me empurra irritada.

- Está achando que eu sou o quê? - Volta a brigar comigo. - Uma das suas amiguinhas que você pega e descarta quando quer?

- Para de ser hipócrita que quem me descartou foi você e eu ainda não entendi o por quê? - Ela fica muda e em choque. - Me explica, Eliza. - Minha voz demonstra a mágoa que ainda sinto ao lembrar disso. - Me diz por que você me deixou dizendo que queria o William e ainda ligou para a minha irmã na manhã seguinte para dizer que se entregou a ele? - Seus olhos se arregalam, ela não esperava que eu entraria nesse assunto, não tão claramente assim. - Por que mentiu?

Eliza abaixa a cabeça e depois se vira de costa para mim.

- Quem disse que foi mentira? Foi a Hellen? - Então ela realmente mentiu e eu vivi nessa mentira todos esses anos.

- Foi você quem me contou. - Ela se vira assustada. - Quando te levei para casa, você me disse que ainda é virgem. - Seus olhos parecem querer saltar para fora. - Disse que se guardou me esperando todos esses anos.

Eu a observo por alguns minutos enquanto ela pisca várias vezes e depois começa a rir de forma descontrolada.

- Vai me disser que você acreditou na conversa de uma bêbada?

- Se é mentira, por que me perguntou se foi a Hellen quem me contou? - A risada sessa.

- Po-porque a Hellen podia estar te testando, sei lá. - Ela começa a andar em direção a porta, mas eu entro na sua frente, bloqueando o caminho.

- Então, você dormiu com ele? - Seguro o seu rosto obrigando-a a me encarar, ela me olha, porém, não responde. - Olha dentro dos meus olhos e diz que tudo o que você disse aquela noite foi verdade, que você preferia ele...

- Não precisa repetir o que eu disse naquela noite! - Eliza empurra a minha mão do seu rosto e abaixa a cabeça evitando me olhar. - Eu me lembro de cada palavra. - Sua voz sai baixa dessa vez e percebo que uma lágrima escorre pelo seu rosto.

- Então me diz, quando foi que você mentiu para mim? Ontem ou naquela noite? - Digo com a voz rouca demonstrando o quanto esse assunto ainda me machuca.

Eliza seca o rosto com as mãos e finalmente me encara.

- Por que voltar a esse assunto agora? - Ela está tão abalada quanto eu. - Peço desculpas por ter tocado nele quando estava bêbada, mas é melhor deixar o passado enterrado e seguir em frente.

Mal acaba de falar e já tenta passar por mim novamente.

- Eu te magoei ontem, não vou ser falso e dizer que não queria irritá-la, mas depois percebi que ficar com a prima do Eduardo te magoou.

Eliza respira fundo e a vejo balançar a cabeça como se tentasse espantar algum pensamento.

- Não me importo com quem você leva ou deixa de levar para a cama! - Diz dura e tenta passar novamente, mas dessa vez eu a seguro pelos ombros.

- Por que não diz isso olhando nos meus olhos? - Peço e ela volta a respirar fundo antes de me encarar.

A observo abrir e fechar a boca umas duas vezes, mas nada sai e para mim é o suficiente para romper o curto espaço que havia entre nós e beijá-la.

Só foram necessários alguns segundos para ela entender o que estava acontecendo e me corresponder de forma enérgica. Um suspiro escapa da sua boca e me leva a loucura!

Puxo o seu corpo eliminando qualquer distância que ainda havia entre nós e de repente me lembro o porquê de não gostar de beijar mais ninguém.

Como pode ela ter um beijo tão perfeito? Como os nossos lábios podem se encaixar tão bem e nossas línguas conseguirem dançar o mesmo ritmo como em uma coreografia que só nós dois conhecemos? E como o gosto do beijo dela pode ser tão maravilhoso?

Eliza segura em meu pescoço e brinca com o meu cabelo que se encontra por ali, eu acabo apertando a sua cintura como resposta e recebo um gemido de satisfação, se ela soubesse como isso me enlouquece...

- Eliza, o Eduardo está te esperando! - Hellen grita do outro lado da porta e nos assusta.

É como se estivéssemos em um mundo paralelo e minha irmã nos trouxe para a realidade de forma bruta.

Eliza se afasta rápido e me empurra para que eu a solte completamente, seu olhar é de quem só agora deixou a ficha cair e, espera só um instante, Eduardo está esperando por ela?

- Amigaaa!!! - Hellen bate novamente na porta e Eliza corre para atender. Ela abre só um pouco a porta, mas minha maninha empurra e entra. - O que está acontecendo aqui?

- Me explica você! - Digo e as duas olham para mim. - Que história é essa de que o Eduardo está esperando por ela?

Vejo a Eliza ficar vermelha, já a minha maninha cai na risada.

- Uouuu!!! - Hellen exclama. - Pelo jeito aconteceu mesmo algo aqui.

- Hellen, pára de bobeira e Fernando, me dê a minha chave, por favor. - Ela não me encara.

- Você não vai embora com ele, Iza! - Minha irmã me olha assustada e depois volta a rir.

- Pelo jeito não vai mesmo, IZA! - Hellen repeti o final debochada enquanto continua rindo. - Vou avisar a ele. - Por isso amo a minha irmã. - Podem voltar a fazer o que pelo jeito eu atrapalhei. - Debocha e caminha até a porta.

- Para com isso, Hellen! - Eliza diz bem vermelha agora. - Anda Fernando, me dá logo a minha chave.

Eu cruzo o braço em resposta e sorrio.

- Já disse que não! - Eliza fica irritada dessa vez. - Hellen, avisa que você irá mudar a cor do seu vestido agora e precisa da madrinha. - Digo e minha irmã dessa vez começa a gargalhar.

- Pode deixar maninho! - Ela pisca para mim e sai, mas Eliza corre atrás dela como se tivesse fugindo de um fantasma.

Como eu sei que ela não vai a lugar nenhum sem o carro e ainda mais que posso contar com o apoio da Hellen, me jogo na cama e sorrio feliz ao lembrar do beijo.

- Pode correr, Iza! Mas sempre voltamos um para o outro!

- Pode correr, Iza! Mas sempre voltamos um para o outro!

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 E aí? gostaram?

 Ficou um pouco menor que os outros, mas valeu a pena, não é mesmo?

 Valeu por lerem e até a próxima ;)

Sempre foi vocêOnde histórias criam vida. Descubra agora