Chuva

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A chuva caiu nos ombros da multidão
Toquei o seu corpo longínquo
A minha presença parecia uma devastidão
Do meu desejo oblíquo

O nosso desequilíbrio interno
Impede que os braços se cruzem
Esses sentimentos são um inferno
E não queremos que eles se eternizem

Implorei que o pássaro se acorrentasse
Sem que ele se desesperasse
E só aceitasse

Mesmo sabendo que as asas fortes
Quebrariam a corrente
E toda a métrica desse soneto

As correntes se debateram
Até mesmo incendiaram
Deixaram marcas no meu corpo
E fizeram evaporar todas as lágrimas

Eu nunca encontrei uma caneta
Para conseguir escrever
O quão dolosoro foi
Te deixar ir

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