Sanidade

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Era mais um dia fatídico no hospital psiquiátrico de São Paulo, Day era a psicóloga chefe dali e nunca era nada diferente. Consultas diárias, sessões sem fundamento com pessoas que tinham perdido a sanidade. Horas em sua sala tentando desvendar as dimensões mais profundas da mente humana.

Ela chegou no mesmo horário de sempre, com suas roupas escuras e o jaleco branco, sendo acompanhada por Ana Julia, a enfermeira que cuidava diretamente dos seus pacientes. O quadro médico era formado por estagiários e médicos formados e bem conceituados no País. Day era a toda poderosa daquele lugar, sem sombra de dúvidas a melhor entre eles, Ana Julia e Dreicon eram seus enfermeiros, enquanto Paula Landucci e Carolina Martinez eram suas estagiarias. Nathalia era uma das outras psicólogas e muito amiga de Day, enquanto Victor e Ana Gabriela eram seus enfermeiros, Nathalia tinha apenas uma estagiaria A Naiane Beutler. E tínhamos a chefe de segurança que também era muito amiga de Day, Pietra de Pinho...

Todas essas pessoas faziam parte do quadro de médicos e funcionários, mas mais que isso eram também a família de Day.

Ana Julia: Day temos um caso difícil hoje – disse entrando com a morena na sala dela. Sala enorme diga-se de passagem, formada com várias prateleiras com livros, um diva revestido de couro preto, uma mesa de escritório em tom marrom. A sala parecia seria, mas era aconchegante.

Day: O que houve na madrugada Ana Julia? – Sentou-se em sua mesa, analisando os prontuários separados no dia anterior

Ana Julia: Chegou uma menina, de uns vinte anos nessa madrugada Dayane, tentativa de suicídio

Day: Entendo, sem sanidade? – disse olhando indiferente pra Ana Julia

Ana Julia: Não, muito pelo contrário... Só que a família decidiu por deixa-la aqui

Day: Certo, e cadê a P. e a Cakes? – disse pegando um bloquinho na gaveta junto com a sua caneta

Ana Julia: estão tentando medica-la junto com o Dreicon, até a hora que vim atrás de você estava sendo uma tarefa difícil.

Day: Vamos até lá Ana Julia...

As duas saíram de em direção a até o quarto onde supostamente a garota estava. Conforme os corredores brancos iam passando Day podia observar os pacientes em seus quartos, brancos em sem vida. Apesar de amar seu trabalho sabia que a situação deles era muito triste e mesmo sendo extremamente preparada para tal situação não podia deixar de se sentir mal por aquilo. Day fazia a pose carrancuda, mas seu coração é um pedaço de manteiga derretida.

Só que não sabia que havia prendido a respiração de ansiedade pra conhecer a sua mais nova paciente.

Cakes: não dá, eu desisto de tentar – disse do corredor ao avistar Day

Day: não é isso que eu digo pra você todos os dias Martinez...

Cakes: Precisamos aplicar uma injeção nela Day, mas ela não aceita e recua toda vez que tentamos chegar perto.

Day: Com calma a gente consegue...

Cakes: ela estava se arranhando Day, precisamos colocar uma camisa de força nela, levei vários tapas da me... – Um grito agudo cortou o ar, o que fez o coração de Day acelerar. A morena de longos cabelos pretos entrou no quarto correndo. Odiava ver seus pacientes sofrendo

Quando entrou no quarto avistou Dreicon debruçado sobre uma menina, ruiva, no canto no quarto encolhida. Paula tentava a todo custo aplicar um injeção enquanto o menino a segurava. Mas o mais tenebroso era ver o desespero da garota que chorava e se debatia pedindo incansavelmente para que ele parasse.

Day: Solta ela Dreicon – disse o puxando pra traz... – Sai você também Paula... – Day puxou os dois dali que a olhavam com olhos assustados

Paula: Day, precisamos aplicar o calmante

Day: Mas não a força, já cansei de falar pra vocês não fazerem nada a força com meus paciente. Não vou tolerar isso mais uma vez! Cakes, busca um calmante em comprimido pra mim na enfermaria. Paula e Dreicon vão cuidar dos demais pacientes. Me deixem aqui sozinha com ela.

Um por um foi saindo, obedecendo Day... Quando a mesma se virou pra traz viu a garota encolhida no canto da parece chorando compulsivamente, seus cachos grossos, ruivos e grandes, pareciam ir até a bunda, cobrindo seu rosto.

Day: Hey... – Tentou encostar mais a menina se afastou, se encolhendo mais – Okay entendi que você não gosta de contato físico... Vou respeitar isso, mas preciso que pare de chorar, prometo que não vou te machucar, eu só quero te ajudar. – disse sentando-se como índio na frente da menina no chão

Alguns minutos se passaram e só havia silencio, Day permanecia na mesma posição quando a presença de Cakes chamou sua atenção, Day fez sinal para a mesma deixar o comprimido e agua com ela e para que saísse depois.

Day: Eu não sei o seu nome, mas também não me apresentei. Eu sou Dayane, mas você pode me chamar de Day... Meus amigos me chamam assim – E mais silencio – Olho, eu sei que é difícil, mas preciso tirar essa camisa de força de você. Posso te ajudar?

A menina nada respondeu apenas se virou de frente, o cabelo ainda cobrindo seu rosto. Day rodeou seu corpo indo pra traz desfazendo o nó da camisa de força... Deixou que as tiras caísse e que a Ruiva na sua frente terminasse o trabalho de tirar a blusa força, revelando um braço de pele branca mas com muitas marcas arroxeadas.

Day: Você precisa descansar, tenho certeza que está cansada, vou deixar esse remédio aqui. Se quiser tomar, vai te ajudar a dormir um pouco. Mais tarde eu volto pra te ver.

Quando Day se levantou virou-se pra ver a menina no chão. O que não esperava era ter em sua direção olhos castanhos tão intensos cravados no seu. Seu coração errou uma batida ao acelerar, e ela sabia que aquele olhar tiraria a sua sanidade.

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