Capítulo 2

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Estou pegando alguns livros em meu armário para a aula seguinte quando avisto Nicolle Bridgit distribuindo panfletos de uma festa em sua casa. Imediatamente, lembro-me do primeiro item da minha lista: Ir a uma festa. Fecho o armário em um barulho ruidoso e caminho até ela, pegando um de seus inúmeros panfletos.

— Emma Foster, a garota perfeita vai à minha festa? – Ela ergue às sobrancelhas, com bastante surpresa.

— Talvez, e eu não sou "perfeita", Nicolle. Ninguém é. – Respondo. Sem esperar por resposta, lhe dous às costas e saio, me dirijindo à sala de aula.

Algo me diz que hoje será um longo dia.

Quando as aulas finalmente terminam, vou direto para casa, sem paradas no caminho. Não comi muito bem no café da manhã e no almoço da escola, então estou morrendo de fome. Ao entrar em casa, sinto um cheiro maravilhoso de lasanha invadir minhas narinas, e me direciono até ele.

— Olá, querida. - Minha mãe me recebe com um abraço apertado, permancendo assim por mais tempo que o costume, e seu sei porquê. Nós sabemos.

— Oi, mãe. - Retribuo seu abraço.

— Venha, seu pai está nos esperando na mesa.

Sento-me à mesa junto com minha mãe e a mesma me serve um pedaço enorme de lasanha. Minha fome agradece.

— Emma, gostaria de me desculpar com você. - Diz meu pai, atraindo minha atenção. — Você sabe que não sou muito bom com as palavras. Não quis dizer àquelas coisas ontem à noite, não daquele jeito. Eu apenas... - Ele pisca algumas vezes, afastando as lágrimas. — ...não consigo acreditar que não irei ver minha linda menina se formando.

A essa altura, meus olhos também já estão cheios de lágrimas, mas não permito que elas caiam.

— Tudo bem, pai. Eu te desculpo. - Seguro em sua mão, acariciando-a com o polegar.

— Você não vai querer mesmo fazer o tratamento? - Pergunta-me minha mãe. Giro a cabeça para ela, encontrando seus olhos tão marejados quanto os meus e os do meu pai.

— Não, mãe. Eu já me decidi.

Ela assente com tristeza, acatando minha decisão.

— A lasanha está uma delícia. - Comenta meu pai, mudando de assunto.

— Está mesmo, qual a receita? - Pergunto, curiosa.

— É segredo. – Responde mamãe, misteriosa.

— Não se preocupe com isso, vou levar o segredo para o túmulo. - Brinco, rindo um pouco. Eles ficam sérios e paralisados. Só então percebo a besteira que acabei de dizer. — Me desculpem.

— Tudo bem, posso te mostrar como se faz amanhã. – Minha mãe sugere, desviando o olhar para seu prato.

Algumas horas depois, meus pais finalmente foram dormir. Tomei um banho rápido e sentei na cama, de frente para meu guarda-roupa, esperando que o mesmo me mostrasse que roupa eu deveria vestir para a festa. No entanto, isso não aconteceu.

Infelizmente.

Depois de não saber o que vestir por quinze minutos, finalmente consigo me decidir. Visto uma saia jeans de lavagem aparentemente velha com vários botões e uma blusa amarela de cashmere com gola alta. Calço um tênis branco e me olho no espelho. Até que ficou bom. Prendo meus longos cabelos ruivos e ondulados em um coque, mas logo desfaço. Eles ficam mais bonitos soltos. Coloco minha bolsa no ombro e passo um pouco de perfume. Me olho no espelho novamente e mesmo me achando bonita, sinto falta de algo. Maquiagem. Deve ser isso. Passo um pouco de pó, rímel e lip tint para deixar a boca e as bochechas mais vermelhas. Então, finalmente saio do quarto na ponta dos pés, pedindo a Deus para que meus pais não me escutem. O Uber que eu havia chamado já me esperava lá fora.

15 Coisas Para Fazer Antes De Morrer [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora