Capítulo 5

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Desperto com o barulho da mensagem de Dylan chegando no meu celular. Ainda sonolenta, levanto, visto-me rapidamente, pego minha mochila, coloco nas costas e desço as escadas cuidadosamente. Já fora de casa, avisto Dylan encostado em sua moto com os braços cruzados. Quando ele me vê, dá um sorriso que quase deixa minhas pernas bambas.

— Que roupa é essa? Por acaso vamos assaltar um banco? - Pergunta com diversão.

Olho para minhas roupas e não vejo nada demais. Estou usando uma calça legging preta, um moletom igualmente preto e um boné.

— Não quero chamar atenção. - Digo, pegando o habitual capacete que já estou acostumada.

— Acho meio difícil, considerando o seu cabelo. - Responde, pegando uma mecha de meus fios com a mão. Em seguida, sobe na moto, e eu subo logo depois.

Dylan acelera e dá partida. Mesmo constrangida, abraço sua cintura para me segurar. Ouço ele rir baixinho e sinto minhas bochechas esquentarem. Tenho vontade de soltá-lo, mas se fizer isso, é bem provável que eu caia, considerando a velocidade que ele está. Então, apenas respiro fundo e torço para chegarmos logo. Em alguns minutos, paramos em frente a um grande muro no centro da cidade e descemos. Pego uma xuxinha no bolso do moletom e amarro meu cabelo em um rabo de cavalo baixo.

— Então... o que você quer fazer exatamente? - Questiona.

— Grafitar. Mas não faço ideia do que fazer. - Sou sincera ao dizer.

— Tudo bem. Você pode me ajudar então. - Dylan se agacha para pegar os sprays da minha mochila e em seguida começa a fazer o esboço de algum desenho.

— O que você vai fazer? - Pergunto, com curiosidade.

— Você vai ver. - Responde, enigmático.

Me resta observá-lo. Dylan parece realmente saber o que está fazendo. O ajudo em pequenas coisas, mas logo paro, porque ele insistiu em terminar o resto sozinho. Grafito alguns girassóis no canto do muro e sorrio com o resultado. Apesar de assimétricos, ficaram fofos.

— Você gosta de girassóis? - Ele me pergunta, dando uma pausa em seu desenho para olhar para os meus.

— Sim, é minha flor favorita.

Olho para seu grafite, mas ainda não dá para saber muito bem do que se trata.

— Ok, agora você vai ter que virar. Quando o desenho estiver pronto, você pode virar novamente.

— Por quê? - Franzo o cenho.

— É uma surpresa. - Ele põe as mãos em meus ombros e me vira de costas para ele e seu desenho.

Aproveito o momento para riscar mais um item da lista e pensar qual podemos fazer amanhã. Talvez roubar uma loja. Isso parece interessante, apesar de arriscado. Coloco meus fones de ouvido e escuto algumas músicas para o tempo passar mais rápido. Estava quase morrendo de tédio quando Dylan me deu permissão para virar. E, quando finalmente posso ver seu desenho, meu queixo quase cai no chão. Ele me desenhou em volta de vários girassóis, e seus traços são precisos e eu diria que até graciosos.

— O que achou? - Ele me perguntou.

— Está incrível! Eu amei! - Exclamo sorridente, ainda olhando para o meu autorretrato. — Não sabia que você grafitava tão bem. - Digo, dessa vez o olhando.

— Talvez eu não seja tão previsível assim. - Sorri. Sorrio de volta, perdida na imensidão dos seus olhos. — Vamos tirar uma foto, talvez esse grafite não esteja mais aí amanhã.

Concordo com ele e me posiciono ao lado do grafite. Não sei o que fazer direito, então apenas sorrio. Dylan captura a imagem e logo depois se junta a mim para tirarmos uma selfie.

15 Coisas Para Fazer Antes De Morrer [DEGUSTAÇÃO]Onde histórias criam vida. Descubra agora