Vermelho

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— Por que essa cara de tacho? Você esqueceu de tirar a etiqueta da lavanderia do Jaleco. — Deu de ombros, levantando e indo até Namjoon, arrancando a tal etiqueta que mostrava seu nome.

Namjoon continuava estático, paralisado, sem reação. Como ele pôde deixar uma coisa daquelas escapar assim?

Jungkook passou uma das mãos pelo rosto de Namjoon, tentando chamar sua atenção, o vendo piscar freneticamente saindo de seu transe.

Sorriu de lado e deu dois tapinhas fracos no peito de Namjoon, o fazendo acordar do enorme paradoxo que criou em seu próprio cérebro.

— Qual vai ser a próxima tortura? Vai queimar meu saco com um maçarico?

— Olha, não é uma má idéia, mas vai ficar pra próxima. Hoje vamos testar sua resistência com o frio. — Explicou enquanto seguia para a sala de tortura com Jeon lhe seguindo.

Quando entrou, a primeira coisa que viu foi a banheira cheia de gelo no meio da sala.

— Preciso que fique pelado. — Disse Namjoon, enquanto trancava a porta.

— Já aviso logo que eu não fiz chuca, na verdade, eu não faço cocô desde quando vim pra cá, então se eu cagar no pau não reclame. — Avisou, debochado, enquanto tirava a camisa. A única coisa que Namjoon fez foi revirar os olhos com a infantilidade do outro.

— Fique submerso ao gelo. — Mandou, quando Jungkook já estava completamente sem as roupas.

Jungkook tinha um corpo muito bonito sim, mas Namjoon não reparou muito pois não sentia atração por mais ninguém além de Seokjin, além do mais, Jeon era só um paciente.

Depois de Jungkook entrar com o corpo inteiro na banheira, Namjoon começou a cronômetrar em seu relógio.

Depois de 3 horas, Jungkook ainda estava ali, seus lábios já roxo, os dentes batendo um no outro, estava pálido como um papel, tremia e tinha seus olhos fechados. Mas ainda estava vivo. Muito vivo.

Passaram-se mais 8 horas e ainda estava ali.

Namjoon só o tirou de lá quando todo o gelo havia derretido e virado água. Mais uma vez pediu para as enfermeiras cuidar de Jungkook.

No outro dia, o torturou com o calor de queimar a pele apenas com o abafador. E no outro jogou Jeon num aquário cheio de piranhas carnívoras. Tentou de tudo, até cortou um de seus dedos, mas do dia para a noite, o dedo já estava ali novamente intacto.

E então quatro meses se passaram, quatro meses de tortura, quatro meses de Jungkook ficando mais forte a cada dia. Se regenerava de uma forma incrível, só faltava conseguir voar.

Jungkook agora era invencível. Nem mesmo Deus o derrubaria.

E isso era bom, não? Seu câncer já não existia em seu organismo, estava mais vivo que nunca.

Era bom sim. Mas não para Kim Namjoon. Namjoon não queria Jungkook vivo. Aquilo saiu do seu controle e ele nem ao menos conseguia entender como.

Simples, Namjoon nunca quis dar mais tempo de vida a Jungkook. Ele não estava dando a mínima. Ele apenas queria a alma do garoto e jogar seus ossos fora.

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