Capítulo 5 - O selo do olho direito (Parte 4 )

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Amanheceu, era o 22º dia do 5º mês, o primeiro com um clima fechado.

Grandes gotas de chuva golpeavam furiosamente a janela. Eugeo parou de polir sua espada e

observou as carregadas nuvens que cobriam totalmente a luz de Solus. Embora já estivesse

acordado há um bom tempo, o suficiente para ter terminado seus exercícios matinais, ainda tudo

permanecia escuro.

A única fonte de luz que escapava pelos céus era dos intensos clarões dos raios com seus trovões

que ribombavam por todo o império. Eram as tempestades de primavera que sempre acabavam

com plantações de trigos. E por esse motivo, que antigamente o povo de Rulid as detestava.

Mas quando Alice começou a predizer quando elas ocorreriam utilizando as artes sagradas, o

motivo de tristeza deu espaço para alegria e celebração. Era estranho pensar que o destino de um

povoado estava atrelado ao poder de uma simples e frágil menina. Infelizmente, para eles, essa

benção durou poucos anos...

Agora que Eugeo estava aprendendo as artes sagradas, conseguia entender um pouco a

capacidade de Alice. Essas técnicas que afetam inclusive os princípios da natureza, como o tempo

e o terreno, eram exemplos de artes sagradas da mais alta escala. Para ativá-las, era necessário

aprender comandos de mais de cem linhas, sem contar em toda a concentração para canalizar o

poder. Alice fazia isso parecer tão fácil naquela época, em comparação, mesmo agora Eugeo não

conseguia dizer se o dia seguinte seria chuvoso ou ensolarado...

Alice adivinhava com precisão inacreditável se teríamos uma tempestade com uma semana de

antecedência. Se ela estiver praticando, provavelmente hoje deve ser capaz não só de prever e sim

de influenciar o tempo. Se isso for verdade, talvez a tempestade de agora seja reflexo de seus

sentimentos por ainda não ter sido resgatada...

"Haaaah!!"

Espantou aqueles pensamentos depressivos, enquanto seguia polindo cuidadosamente a lâmina

da espada azul prateada. Eugeo sempre fazia a limpeza semanal da Blue Rose Sword com o

máximo de atenção. E sempre com muito gosto, pois era a única ocasião onde podia

desembainhá-la dentro da academia.

Geralmente só podia manejar a espada de madeira de treino, tanto nos exercícios diários quanto

nas disputas oficiais, que em comparação com a Blue Rose, um instrumento sagrado, esta era

muito mais leve e frágil. Tal diferença, tirando o fato do seu material de fabricação, deixava-o

nervoso, pois sentia muitas vezes que ela poderia escapar de suas mãos a qualquer momento ou

então se partir quando se chocasse com outra espada.

Infelizmente, ele não tinha como brandir sua amada espada azul, pois se fosse de encontro às

demais espadas de treino dessa academia, iria facilmente destruí-las.

Sword Art Online - Alicization Running [Underworld] Onde histórias criam vida. Descubra agora