Capítulo Dois - O destino e minha vida.

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Naquela mesma janela de trem, Louis estava vendo os prados enevados. Anos se passavam desde que pegou o primeiro trem da sua vida. Indo para Londres, voltando para Doncaster e agora, rumo a Londres novamente.

Naquela cabine, só tinha ele e Zayn. Zayn estava lendo um jornal, enquanto mascava um chiclete.

  —  Precisamos de um emprego —  Ele sussurrou, assim que passaram pelo túnel —  Não vamos durar muito só vivendo de bicos e vendas internas.

—  Sabe o perigo de arrumar um emprego sendo ômega? Se liga Zayn —  Louis coçou os olhos —  A ARO está atrás da gente.

ARO era a sigla para Agência de Regulação de Ômegas. Ela agia criminalmente, procurada pelo governo. Mas era quase impossível de se encontrar. Ela causava um pânico entre os ômegas machos. Ela os caçava e os vendia no mercado para serem feitos de noivos ou de prostitutos. 

Tudo pelo bem da família tradicional.

Ômegas macho já foram considerados belos e vívidos. Raros, eles eram escolhidos para serem os primeiros da família a se casarem. A probabilidade de uma ligação de almas entre um Alfa e um Ômega macho era maior do que com um Ômega fêmea. Isso causava um certo de receio entre as famílias tradicionais.

Para não serem caçados pela ARO, muitos Ômegas se casavam cedo ou mantinham-se escondidos. Se um Ômega macho se casasse com um Alfa sem amor ou ligação, eles morreriam mais rápido e eram descartados. Por isso, eles se mantinham cautelosos.

Ômegas machos significavam depravação e nojo entre as mulheres tradicionais.

Felizmente, o quadro estava mudando. Mas ainda era um pouco complicado. A ARO era terrível e utilizava de diversas formas, seu poder.

Havia gente contra e a favor. Mas opiniões divididas e mal interpretadas.

Louis encostou-se. Lembrou-se das vezes que saía correndo quando via um carro suspeito. Quando forjava documentos, se passando por Beta. Ele e Zayn viviam assim: Betas em públicos, Ômegas em casa.

Infelizmente, eles viviam de supressores. O medicamento que era tão forte para inibir o cio, era um risco, se tomado em altas doses. Eles se arriscavam, não poderiam ser descobertos. 

Londres poderia ser um novo recomeço. Para Zayn e Louis, era um nova vida.

O trem apitou. Eles engoliram metade de uma cartela de supressores antes de sair da cabine. Fenacols eram a marca mais usada e a pior de se usar: Ela era um genérico fraco.

—  Tem certeza que é necessário? Um só já basta por um dia —  Louis gemeu ao sentir o remédio horrível.

—  Olhe pela janela —  Zayn alertou.

Dois homens em situação estranha estavam parados, olhando. 

ARO, Louis pensou. Eram Alfas farejadores, prontos para reconhecer um cheiro de Ômega macho.

Um Ômega macho tem um cheiro mais rude. É doce, mas tem toda uma fragrância mais estruturada, como se fosse terra em dia de chuva, grama sendo cortada. Um cheiro rude, porém agradável.

Um Alfa poderia sentir esse cheiro há metros. Um Alfa Original sentiria em quilômetros.

—  Não demonstre medo — Zayn deu um tapinha em Louis — Qualquer coisa, somos dois betas em férias.

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