''- Prometa-me que vai seguir em frente... – sua voz estava fraca.
- Não vou prometer nada. – Levantei o rosto que estava pousado sobre seu peito e o encarei séria. – Nós vamos seguir, nós... Por favor, pare de fazer planos para mim como se você não estivesse presente.
- É que...
Sua voz engasgou, vi seus lábios tremerem e se apertarem na intenção falha de conter o choro. Uma primeira lagrima solitária correu pelas maças de seu rosto pálido. Nunca havia o visto tão frágil, tão desacreditado, tão sem esperança... Não, aquilo não condizia com meu Hope. Meu pedaço de esperança personificada, meu raio de sol que sempre se sobrepunha sobre as noites mais escuras.
Sentei-me rapidamente ao seu lado e trouxe sua cabeça ao meu peito, beijei quantas vezes pude seus cabelos agora ralos. Meu colo, nosso quarto e nossa cama seriam seu refúgio para os momentos em que quisesse desabar, e mesmo que essa visão me fosse tão dura, queria que ele soubesse que também poderia se segurar em mim, que eu seria sua esperança quando ele precisasse, ninguém pode ser forte o tempo todo, todos desabam de vez em quando. Ele me dizia sempre que o destino tinha lições para ensinar em cada uma de suas curvas, aquela com toda certeza era uma das mais dolorosas. Contudo, eu seria forte. Por ele, por nosso filho.
A pequena lagrima foi acompanhada por outra assim que seu rosto tocou meu peito, minha respiração se descompassava a medida que seus gemidos aumentavam, se tornavam mais fortes, mais desesperados. Até que seu pranto se tornou grito rouco, até que seus braços me apertaram com tamanha força como se temesse que eu fosse desaparecer. Eu tentava me controlar, mas vê-lo em pedaços me quebrava em frações ainda menores.
- Eu fracassei. Não pude te fazer feliz... não vou ver nosso filho crescer... – Antes que suas palavras ferissem a nós dois, tomei seu rosto entre minhas mãos e o encarei firmemente vendo seus belos traços borrados pelas lagrimas.
- Você não fracassou, nunca diga isso novamente! Eu fui, e eu sou, mais feliz nesses poucos anos do que em qualquer outro momento da minha vida, e do que qualquer outro momento que vou viver. E você Jung Hoseok, estará neles queira ou não, comigo e com nosso filho! Nós não vamos te perder! Eu vou deixa-lo ir!
Minhas últimas palavras saíram quase que como um grito e sinto que elas não foram o bastante para convence-lo, em fazê-lo acreditar que toda essa tormenta. No entanto, após aquele rompante, ele tirou minhas mãos de seu rosto calmamente enquanto me olhava atento. Seu olhar me aqueceu a pele, secou-me a garganta. Sua mão alcançou minha nuca e levou meu rosto ao encontro do seu, selou-me os lábios, encostou nossas testas e ficou por alguns minutos de olhos fechados, e eu me perde apenas desfrutando de sua respiração quente a medida que está se acalmava, ao passo que o som compulsivo das batidas de nossos corações se misturavam.
- Eu te amo. Mas amor de verdade, do tipo que admira cada parte de você, que deseja cada pedaço de você. Jamais esqueça isso, se eu estiver ou não ao seu lado. – seus olhos continuavam fechados, e sua respiração era calma assim como sua feição. – Não me importa quanto tempo seja, eu quero e vou viver cada instante da minha vida ao seu lado e ao lado do nosso pequeno, e quero compartilhar com vocês cada simples momento. Eu quero dedicar a você, e a alegria que me dá, cada uma das minhas palavras, todos os meus sorrisos, até mesmo a minha mais fraca respiração. – separou nossos rostos e me olhou nos olhos, estava ainda tão próximo que sentia seu hálito quente roçar minha pele. Sorriu. – Me perdoe por duvidar, e obrigado por me fazer lembrar. Eu ainda serei seu sol quando amanhecer, não se preocupe meu anjo.
- Eu amo você. – As palavras não saíram audíveis, foram apenas um movimentar de lábios que ele facilmente leu, era minha vez de deixar uma lagrima feliz correr pelo rosto, eu nunca seria merecedora de um amor assim.
Afastou-se e desabotoou calmamente a camisa que eu usava, botão por botão, acariciou minha pele e umedeceu os lábios e então levou seus olhos de volta aos meus.
- Faça eu me sentir vivo.''
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- Sejam todos bem vindos a Academia de dança Jung Hoseok!
O som dos aplausos me tiraram do transe, meu pequeno discurso embora ensaiado e bem preparado me passou em branco, um estado de torpor me atingiu e me deixou apenas quando Jimin também terminava sua fala sob a agitação de toda plateia, que logo voltou sua atenção aos seus próprios grupos e conversas.
- Você se saiu muito bem! Não se preocupe. O hyung estaria orgulhoso de você. - ri soprado encarando meu amigo. – Aliás, ele sempre esteve orgulhoso de você noona.
- Tão bem, que nem ao menos me recordo de minhas palavras. – confessei enquanto deixamos o palco. - Nem das suas, na verdade. - ele riu alto.
- Não esperava que fosse diferente. Vai ficar um pouco para a festa?
- Não. Na verdade já vou me despedir. - passei os olhos pelo salão observando os detalhes da decoração daquele ambiente. Haviam muitas fotos dele, e de turmas para qual lecionara. - Tenho uma criança que insiste em não dormir enquanto eu não retornar.
- Se conheço bem o pequeno Jiwoo, já deve ter feito Lisa arrancar os cabelos.
- Não diga isso. Meu filho é anjo! - lhe dei um pequeno tapa no ombro.
-Claro que é. Um anjo que tem a energia do pai, o moleque não desliga.
- Sim... - meu rosto pintou um sorriso largo involuntário. - Ele lembra muito o pai.
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QUANDO VOCÊ SORRIU
FanfictionPorque em todas as vezes que ele derrubava uma de minhas paredes ele sorria, e esse sorriso era a única coisa necessária para mudar o meu dia. Status: Finalizada