A grande Cidade dos Mortos Deads Borough, se erguia sombria e resoluta no ar da manhã, longe das praças e avenidas e das largas mansões da cidade, se alastrava um labirinto de vielas mal cheirosas e estreitas, cercadas de prédios altos de cômodos pequenos tão empilhados e espremidos que raramente se podia distinguir onde um acabava e outro começava, em vários lugares os prédios dos dois lados da viela se encostavam formando túneis onde a luz nunca chegava, decorados com pilhas de lixo e coisas quebradas que ninguém mais queria, bêbados cambaleando sem rumo e bandidos a espreita, era neste lugar lúgubre e mal cheiroso que percorria um garoto de apenas onze anos.
Chaos corria entre os telhados de Silent (silencioso) um distrito onde o silêncio sempre significava morte, abaixo dele chafurdando entre as pilhas de detritos e latas de lixo em uma fuga desesperada estava seu alvo, um homem baixo e tão magro que chegava a ser raquítico coberto por uma capa suja e rasgada sem camisa por baixo, o homem continuava correndo e dando espiadas para trás, o avistando e tentando correr mais rápido, antes mesmo que o sol terminasse de se esticar por trás das montanhas os leste da cidade este homem já estava atormentando as pessoas, cobrando "impostos" dos comerciantes para que não fossem roubados e roubando-os enquanto isso, Chaos o pegou com a mão na massa mas o deixou fugir, fingindo errar o golpe para que o homem começasse a correr, esse tipo de bandido nunca trabalha por conta própria, abate-lo só garantiria que outro apareceria no dia seguinte, mas um homem em pânico nunca mente, e Chaos sabia que quando atacado ele só fugiria para um lugar...
Para incentivá-lo às vezes Chaos chegava mais perto e "errava" mais um golpe, o homem gania e corria mais depressa, suando e com o nariz escorrendo, sugava o ar ruidosamente e corria mais rápido, e ele voltava aos saltos para cima de um telhado de onde podia vê-lo e correr sem obstáculos, o homem finalmente correu para dentro de uma porta mas não sem antes tacar de cara nela, ele a abriu em pânico e desapareceu no interior, Chaos rondou o edifício, um prédio de três andares de estuque caindo das paredes com janelas estreitas e pedaços descascados de tinta que sugeriam que o prédio havia sido azul em algum momento a muito perdido, não havia nenhuma outra saída, não por cima pelo menos, mas já tinha se enganado antes.
Chaos entrou no prédio derrubando a porta de tábuas mal pregadas com um chute, o interior era escuro e mal cheiroso em tal estado de decaimento que parecia que desabaria a qualquer minuto, um átrio com dois pisos se abria em três direções, as escadas para o segundo piso estavam destruídas, sua presa estava encolhido atrás de uma mesa, "será que não correu para o esconderijo?" pensou "será que só estava cansado demais para continuar?", "um homem tem as respostas, e acabara de se encurralar". Chaos se aproximou sorrindo e girando o bastão de madeira.
- ora ora o que temos aqui? parece que a sorte de alguém acabou.
enquanto se aproximava percebeu que as portas da sala haviam sido bloqueadas, a única saída era a porta por onde entraram, o homem parou de tremer e se encolher e levantou abruptamente com um sorriso maldoso no rosto,
- sim seu pirralho insolente, e foi a sua! - apontou, mas não para ele.
uma verdadeira horda de homens fluiu porta a dentro, armados com facas, espadas, machados, clavas e lanças, pelo menos trinta já estavam dentro da sala com mais a chegar.
- Você achou que poderia atrapalhar nossos negócios e não haveria consequências? - gritou uma voz do segundo piso bloqueado, atrás da balaustrada estava o homem mais gordo que Chaos já viu, com carnes pendentes nos membros e uma barriga que parecia uma pilha de mingau, os olhos pequenos de porco eram vermelhos e o cabelo preto só mostrava três fios penteados por cima da careca encalombada e um bigode fino de ratazana, usava roupas caras e anéis em todos os dedos, mal atada ao cinto de couro preto estava uma espada, que parecia ter sido posta ali só para a ocasião.
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One Shots - Compendio de Historias e contos
FantasyUm apanhado de Historias e contos de Allgard, cada capitulo uma nova historia com novos personagens e situações, personagens que trabalhei durante anos agora ganham vida, em historias curtas e divertidas, outras serias e arrepiantes, algumas cheias...