Wollace

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Não costumo acordar tarde, meu corpo se acostumou a despertar cedo e dormir pouco devido a minha rotina de trabalho e faculdade. Hoje não foi diferente, ainda mais por não estar na minha casa, na minha cama. Eu estou deitado na mesma cama que Wollace, na casa dele, porém ele ainda dorme do meu lado. Seu corpo está completamente descoberto, vestindo apenas uma samba canção. Ele não faz o tipo de cara alto, grande e musculoso, mas o corpo dele é atraente. Ele é razoavelmente magro, entretanto tem os músculos definidos, um tanquinho quase formado.

Também gosto das tatuagens que ele tem no corpo, um leão recém feito no peito e o tornozelo fechado com uma maori com uma tartaruga no meio. Talvez ele já tenha me explicado o significado, talvez seja algo relacionado a família, mas eu conheço minha memória, sabia que não ia guardar aquela informação por muito tempo.

Wollace está deitado de barriga pra cima, com um dos braços cobrindo o rosto, talvez por causa da luz do dia que está começando a invadir a casa. Meus olhos seguem voando por sua pele negra, da barba por fazer até o leão, passando até a barriga e então descendo até o volume dentro da samba canção...

Eu já reparei inúmeras vezes no volume da calça dele, muitas vezes nos trocamos juntos e eu não consegui impedir meus olhos se repararem na montanha assustadora em sua cueca. No natal do ano passado, inclusive, estávamos todos os meninos se trocando juntos, e o Wollace fazendo graça só de samba canção começou a dançar, balançando o quadril pra frente e para trás, só pra nos deixar constrangidos com a situação e exibir toda a sua masculinidade infantil. Não vou dizer que achei ruim. Aquele foi o primeira vez que eu tive noção de quão grande ele era.

Além disso, nós sempre tivemos conversas íntimas. Ele sempre disse que gostava de ser grande, só que se lamentava por nenhuma garota conseguir colocá-lo inteiro na boca, ou o fato de não conseguir fazer sexo anal com nenhuma garota.

Porém agora a visão era diferente, provavelmente ele estava tendo algum sonho erótico, o formato seu pênis está completamente visível atrás da samba canção. E sim, é monstruosamente grande. Eu nunca tinha visto algo nessa dimensão antes.

Contraio minhas pernas. Meu desejo é gritante. Cogito tocá-lo.

Minha mão desliza pelo lençol, avançando em direção ao alvo, deslizando inaudível pela cama. Minha excitação é latente. Me aproximo um pouco mais, ergo o braço na direção dele, quase a ponto de encostar.

Recuo, recobrando o bom senso que há em mim.

Sempre tive a consciência plena de que somos apenas amigos, mas isso nunca me impediu de olhar com desejo para o corpo dele. Fora isso, ele é hétero e eu jamais admitiria deixar a nossa amizade esquisita, por mais que meu corpo estremecesse por completo de desejo para prova-lo.

Não quero ficar olhando, preciso desviar minha mente antes que me jogue em cima dele. Ele vai acordar tarde, daqui até nosso trabalho são pouco mais que vinte minutos.

Me levanto, em busca da minha mochila. Vou ler do meu diário só um pouquinho. Procuro a pagina que eu tinha parado. Eu não era disciplinado para escrever, não escrevia todos os dias, sempre tive problema com rotina, então às vezes eu ficava semanas sem escrever e quando escrevia era bem pouco.
As anotações que encontrei eram ainda mais simples e vagas do que o habitual.

• Ganhei um novo amigo.
• Será que só gosto dele porque parece que ele gosta de mim?

As últimas semanas no curso não tem sido fáceis pra mim. Tem sido muito divertido, porém nenhum pouco fácil. Digo isso porque tenho que lidar duas vezes por semana com os olhares do Nicolas e agora que estamos na mesma classe, com o mesmo círculo de amigos, também tenho que lidar com as brincadeirinhas dele.

Minha Vida Amorosa Extremamente CaricataOnde histórias criam vida. Descubra agora