Lacunas
Nagisa estava o ignorando.
Rei entendia Nagisa em partes, visto que também não via forma de se aproximar do menor para questionar sobre o ocorrido de alguns dias atrás.
Haviam se passado três dias desde que o Ryugazaki havia saído da casa dos Hazuki sem trocar palavras com amigo. Em dado momento questionou-se se o educado não seria esperar para que o garoto acordasse para que pudessem discutir sobre o ocorrido daquela madrugada, mas quando havia se passado mais de meia hora e o loiro sequer surgiu no próprio quarto, Rei achou melhor deixar o assunto embaixo do tapete, talvez Nagisa se sentisse mais confortável para falar com ele na segunda-feira quando se topassem na escola, mas não foi o que ocorreu.
Rei chegou à estação na segunda-feira esperando topar com o Hazuki o aguardando nos bancos frente os trilhos, mas ele não estava lá, e o loiro era sempre o primeiro a chegar. Ao tomar o trem, Rei pensou se não seria melhor ter esperando um pouco para ver se o garoto não havia somente se atrasado, mas quando entrou na sala de aula, percebeu que apenas teria perdido tempo ao ver o loiro sentado bancos a frente próximo à janela e a carteira a qual ele ocupava estava vazia.
Ele havia mudado de lugar para simplesmente não lhe dirigir a palavra?
Os olhos do Hazuki não lhe fitaram vez alguma naquele dia e nos que transcorreram a ele e Rei, covardemente, não buscou pelo Hazuki em momento algum.
Os dois primeiros dias foram os piores, não conseguiu parar de pensar sobre o ocorrido um segundo sequer, seu corpo reagia em somente lembrar-se do exato momento em que abriu os olhos, sentindo aquela sensação macia sobre seus lábios – somente aquilo foi necessário para seu coração disparar como louco em seu peito, no entanto a surpresa foi maior do que qualquer reação do seu corpo e o reflexo e susto fizera com que se afastasse do Hazuki de forma mais abrupta do que pretendia.
Nagisa havia beijado-o e disse estar apaixonado por ele.
Fora tudo tão rápido, Rei mal conseguiu engolir a primeira informação e logo veio outra em seguida, como se fossem atividades demais para um semestre só, daquelas que ele mal saberia por onde começar.
Àquilo fora, no mínimo, chocante.
Rei não compreendia muito de sentimentos românticos, ele sempre foi mais do tipo lógico do que sentimental, então não podia dizer se o que o colega havia lhe dito era real ou uma simples confusão de sua cabeça.
Ambos eram garotos, correto? Como poderia um garoto se apaixonar por outro? E o que faria uma pessoa como Nagisa se apaixonar por alguém como ele?
Rei nunca achou que fosse o "tipo" que seria atraente aos olhos de qualquer pessoa, especialmente alguém como Nagisa, não que já tivesse pensado a respeito, no entanto, com a declaração do menor, passou a cogitar certas possibilidades e chegou à conclusão de que nem uma vez sequer ele deixou a entender que nutria outros tipos de sentimentos por si, mas muitas vezes tinha momentos óbvios de carinho com Makoto-senpai, Haruka-senpai e, até mesmo, Rin-san.
O Ryugazaki se lembrava da primeira viagem de treinamento que tiveram em mar aberto, lembrava-se de como Nagisa se desapontou com a possibilidade de não dividir a mesma barraca com Haruka-senpai, o quê o deixou meio incomodado.
Afinal, Nagisa foi o primeiro a persegui-lo como um stalker, pedindo e implorando para que ele participasse do clube de natação. Ao aceitar o convite, claro que Rei esperava se tornar mais próximo de todos os colegas, mas era de se esperar que Nagisa fosse o principal, mas o menor parecia indisposto a estar consigo. Quê história era essa agora?
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Lacunas
FanfictionVocê já percebeu que assistir os problemas alheios, são muito mais fáceis de compreender? Talvez justamente pelo fato de você analisar em pontos de vistas diferentes e opinar da forma correta, talvez até mesmo encontrar soluções para tal. No entanto...