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Sexta-feira, 29 de outubro de 2009, 18:00.


Esta noite, eu e meu parceiro vamos colocar em prática um plano que estamos bolando faz um tempo: roubar os registros médicos do consultório do dr. Melvin. Zayn está convencido de que podemos descobrir algo nesses registros que explique por que eu sou uma aberração da natureza. Mas, sério, será que ele acha que vai estar escrito do lado de fora do meu arquivo: "Viajante no tempo Pirado"?

Passei os últimos dois dias observando os horários confusos e extremamente inconstantes do dr. Melvin. Basicamente, ele trabalha o tempo todo. Com exceção de duas noites atrás. Este experimento envolve um salto de dois dias no tempo (meu atual recorde) e algumas manobras muito científicas e tortuosas. Zayn está voltando do MIT agora e está provavelmente arrancando os cabelos, tentando pensar em todas as fórmulas de antemão. Eu fiz a minha parte, tomando nota do meu objetivo e agora só tenho que refazer meus planos com Harry. As idas de Zayn à minha casa têm sido tão de última hora desde que as aulas começaram que eu vivo cancelando meus encontros com Harry, mas ele também vive ocupado com suas aulas e uma espécie de grupo de dança.

Provavelmente vai ficar aliviado. Além disso, ainda posso levá-lo para jantar, só não vai dar para ir ao cinema...

Falando em jantar, putz! Já estou quinze minutos atrasado.

Continuo os registros mais tarde.


Sexta-feira, 29 de outubro de 2009 21:30.

Admito, talvez Harry não tenha encarado a mudança de planos tão numa boa quanto pensei.

– Anda, Harry, abre a porta.

Dois garotos aleatórios passaram de toalha, dando risadinhas.

Eu me virei para Michael, que estava parado em frente à porta do dormitório.

– Ele não quer ver você – o garoto zombou. – É justamente por causa disso que não quero ninguém na minha vida. Faz quase um mês que digo a Harry que ele precisa fazer o mesmo. – completou.

Tive que lutar contra o ímpeto de mandar o colega de quarto eternamente colérico de Harry calar a boca. Os braços dele estavam abertos em frente à porta, bloqueando a minha passagem, como se eu pudesse tentar derrubá-lo ou coisa assim.

– Michael, você não tem uma reunião do fã-clube de Brangelina pra ir? – Uma música começou a tocar do outro lado da porta.

– Você é tão engraçadinho, Tomlinson. Mas eu não vou te dar a minha chave.

Bati a cabeça de leve na parede ao lado da porta.

– Por favor, me deixe entrar – gritei para Harry.

– Não desculpe o Louis! Ele vive te enrolando! O tempo todo! – Michael gritou para ele.

Ok, acho que vou estrangular esse garoto...

Uma porta se abriu de repente atrás de nós e eu me virei para ver o garoto de pé ali, com um livro volumoso nos braços, os cachos bagunçados num coque.

– Louis, eu sinto muito, mas tenho que estudar. E, Michael, por favor, cale essa boca. Ninguém está nem aí para as suas pregações cheias de ira, incitando o ódio contra os humanos.

A música que vinha do quarto de Harry ficou ainda mais alta. Eu me virei para Michael e gritei para que ele me ouvisse apesar do barulho:

– Eu te dou cem dólares se me emprestar a sua chave e desaparecer esta noite.

Tempest - Book 1 - Larry VersionOnde histórias criam vida. Descubra agora