The Children - Part 1

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[Perrie]

"Aconteceu alguma coisa?" Perguntei ao chegar em casa e ver uma cena não usual. Estavam os três reunidos; minha mãe em uma poltrona, meu pai em outra e Lilly no sofá de três lugares. Não parecia que estavam tendo um momento divertido. Todos estavam sérios.

"Perrie..." Meu pai falou. "Foi bom você ter chegado... Acho que podemos adiantar a conversa inevitável..." Ele concluiu, com um pequeno suspiro no final.

"Err... Alguém morreu?" Perguntei. Minha mãe acenou negativamente com a cabeça e fez um gesto para que eu me sentasse.

Sentei ao lado de minha pequena irmã. Ela parecia confusa.

"Lilly, minha princesa..." Meu pai começou o discurso e a atenção de ambos foi para minha irmã. "Você sabe que eu e sua mãe te amamos, certo?"

Lilly acenou.

"Amor de pai pra filho é pra sempre... Nunca acaba. A gente sempre vai te amar. Você entende isso, né?" Somente meu pai falava. Lilly balançou a cabeça novamente. "Acontece que o amor entre papais e mamães pode acabar..."

Chacoalhei a cabeça. Isso é um papo sobre divórcio! Como que eu não percebi isso antes? Acho que na minha cabeça eu pensava que isso nunca fosse acontecer. "Espera aí, isso é..."

Minha mãe acenou com a cabeça. Dessa vez positivamente.

Eu sei que sempre torcia pra esse dia chegar... Não aguentava mais ver minha irmã chorando todos os dias por causa das brigas, mas... Não sei, uma sensação estranha tomou conta de mim. Acho que eu preferia ver eles resolvendo todos os problemas e voltando a viver em paz...

"Com quem que a gente vai morar?" Eu perguntei, interrompendo meu pai. Era a única coisa que passava pela minha cabeça.

"Bem... Judicialmente sua mãe tem o direito a guarda de vocês, mas..." Meu pai começou, mas foi interrompido.

"Mas o que?" Minha mãe disse em um tom um pouco alterado. "As meninas vão morar comigo. Isso já está definido."

"O que eu quero dizer é que se elas quiserem, elas vão morar comigo!" Meu pai disse, quase gritando.

"Ah, ótimo..." Minha mãe deu uma risada sarcástica. "Agora você vai fazer até o impossível pra virar elas contra eu e pegar a guarda..."

"Não coloca palavras na minha boca, pelo amor de Deus!" Dessa vez um grito.

E como que por instinto, sem pensar, levantei do sofá e saí da casa. Corri rua abaixo, sem destino, porém sabendo exatamente onde estava indo. Dessa vez eu poderia usar a desculpa de que fiquei fragilizada com a ideia de divórcio. Acho que eles vão entender. Quanto mais corria, mais sentia algo me sufocando. Queria desabar. Não sabia o porquê exato. Não estava triste pelo divórcio. Acho que estava apenas... Cansada.

Finalmente achei o lugar que procurava, todo decorado de amarelo e vermelho. Zayn estava atrás do balcão. Sem me importar com o quão estranho aquela cena poderia parecer, passei pela pequena porta que dava acesso ao outro lado e me joguei nos braços dele. Com a cabeça escondida em seu pescoço, desabei. Chorei todas as lágrimas que estavam dentro de mim. Talvez isso não faça sentido, mas eram lágrimas secas.

"Pezz... O que--" ele começou a tentar me consolar.

"Um mês..." Sussurrei em seu ouvido.

Um quase não visível sorriso apareceu em seu rosto. "É serio?" Ele fez questão de garantir.

Balancei a cabeça. "E que seja o melhor das nossas vidas..."

Zayn me abraçou forte. "Eu prometo que será..."

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