CHAPTER ONE - Welcome To The Jungle

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Bem, hoje foi outro dia de aventuras à procura de gente que queira formar uma banda. Digamos que, não é nada fácil sendo uma rapariga. Os rapazes têm muito preconceito quanto ás raparigas que tocam instrumentos.

 Mas, por agora, não vou desistir.

Aproveitei e passei pela loja de música e fui ver os vinis novos que haviam. Havia lá um vinil duma banda nova de Heavy Metal, os Metallica. Nunca ouvi falar, mas comprei na mesma... O álbum chamava-se 'Kill 'Em All'. E também comprei um vinil dos AC/DC e outro dos Pink Floyd.

Fui a andar para casa e fui contra um rapaz alto, loiro e de olhos verdes e aparentava ser Punk. Ele estava a usar uma camisola dos Misfits, um casaco de ganga largo, umas calças de cabedal e uma botas de cowboy. Ele era meeesmo alto, tinha quase 2 metros de altura. Mas, continuando... Ele foi contra mim e eu ia caindo no chão. Ele apanhou-me, mas os vinis cairam e espalharam-se todos no chão. A raiva já estava a subir pela minha cabeça... Os meus vinis são como filhos para mim... Apesar de nunca ter tido um filho.

- Desculpa. Eu não te vi...

- Os meus vinis! Agora o que é que eu faço com vinis estragados?

- Eu vou contigo à loja e ofereço-te uns novos. Combinado?

- Okay. Obrigada...

Ele ajudou-me a por os vinis nas capas e fomos, de seguida, para a loja de música. A ida para a loja foi um pouco constrangedora. O rapaz não parava de olhar para mim...

- O que foi? - perguntei.

- Gostas de Rock?

- Sim. E já vi que tu também.

- Admiro-te. Não é todos os dias que se vê uma rapariga Punk...

- Acredito. Mas tu vives aqui em Seattle?

- Sim. Eu tenho uma banda, os Fartz.

- Ah, sim? E tocas o quê?

- Bateria. E tu? Tocas alguma coisa?

- Eu toco baixo, mas ainda não tenho banda.

Chegámos à loja e ele começou a mostrar-me vinis de bandas que eu desconhecia, mas que pareciam ser interessantes. Ele pegou em três vinis de outras bandas e noutros três vinis iguais aos que eu tinha adquirido antes.

- Eu não preciso que me compres mais três vinis.

- Eu insisto que oiças estas bandas. Vais ver que vais gostar...

- Mas isso é muito caro. - insisti.

- Não te preocupes.        

Ele agarrou-me e levou-me ao canto mais escondido da loja. Abriu a minha mala, que era grande, e pôs os vinis lá dentro.

- MAS O...

- Shhh... - interrompeu-me pondo o seu dedo nos meus lábios. - Confia em mim.

Fingimos estar à procura de vinis e saímos sorrateiramente da loja. Eu nem acreditei. Roubei seis vinis de uma loja.
No momento em que saímos da loja, corremos uns quarteirões e paramos numa rua sem saída. Ambos respirávamos muito depressa devido ao cansaço. Eu olhei intensamente para ele. Ele era daqueles rapazes que eu sonhava em conhecer. Mas não nestas circunstâncias... 

- O que foi? - perguntou-me.

- Quer dizer... Eu nem sequer sei o teu nome, não sei nada sobre ti. Só sei que foste contra mim na rua e agora fizeste-me roubar vinis.

- Nunca roubaste nada?!

- Não, era suposto? - gozei.

- Os Punks normalmente roubam coisas no dia-a-dia....

- Pronto. Mas deixa...

- Okay. O meu nome é Duff e tenho 19 anos. Tu?

- Grace, 18 anos.

- Sê bem-vinda ao mundo dos Punks, Grace.

- Muito obrigada, Duff.- gozei.

- Queres que te leve a casa?

- Okay, pode ser...

Fomos para a casa da May.  No caminho passámos por uma rua e ele apontou-me o sítio da casa dele. Era parecida à nossa casa. Mas, entretanto, chegámos à minha casa e ele parecia um pouco triste por eu me ir embora.

- Bem, é aqui. - afirmei.

- Já reparei... - disse, sorrindo.- Não digas aos teus pais que roubaste os vinis. Eu já passei por isso e não correu lá muito bem...

- Eu, na verdade, não tenho pais. Eles morreram quando tinha 10 anos...

- Desculpa, a sério.

- Não tens culpa, não sabias...

- Pois... Quando quiseres podes ir a minha casa. Ou se quiseres, podemos encontrar-nos para ir a um concerto. Os AC/DC vêm cá esta semana...

- Claro que sim! Depois falamos...

- Okay. Adeus... - dito isto, ele pegou na minha cara com a sua mão e beijou-me a cara.

- Adeus Duff...

Entrei em casa e encostei-me à porta até ela se fechar e escorreguei até ao chão. Não parava de suspirar como se estivesse apaixonada. Mas não, eu não estava apaixonada. Até porque não sei o que é estar apaixonada. Sentia-me eufórica, como se tivesse vontade de roubar outra vez.

A May veio ter comigo preocupada. Eu não conseguia pensar em mais nada a não ser ele. Era uma merda estar assim... Levantei-me do chão e fui para o meu quarto. A May seguiu-me até lá.

- Grace, está tudo bem? Quem era aquele gajo que estava contigo?

- É um amigo meu. Queres ver o que eu arranjei hoje?

- Sim, claro.

Saquei os vinis da minha mala e mostrei-lhe. Ela olhou-me confusa...

- Como é que arranjaste isto?

- Bem, eu... - Parei. Lembrei-me do que o Duff disse. Não posso contar-lhe que os roubei ou se não ela expulsa-me de casa. - Amm... Ele ofereceu-me os vinis.

- Esse rapaz parece ser simpático.

- É... Ele é mesmo simpático.

Entrei no quarto, despi a minha roupa e vesti a minha camisola larga com os meus calções. Não sentia fome nenhuma, por isso fui logo dormir.

Não parava de refletir sobre o dia que se tinha passado. Será que o vou ver outra vez?

...
 

It's Now Or NeverOnde histórias criam vida. Descubra agora